Publicado em 22 de julho de 2024 às 21:49
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Kamala Harris se consolidou nesta segunda (22) como a substituta de Joe Biden na disputa pela Casa Branca contra Donald Trump. Nenhum outro nome relevante do Partido Democrata veio a público desafiar sua candidatura, endossada pelo próprio presidente e pela maior parte da legenda.>
O clima de triunfo era visível em seu primeiro discurso de campanha, feito no início da noite desta segunda (22) no local onde até o último domingo (21) era a sede da campanha Biden-Harris. "O bastão está nas nossas mãos", disse Kamala, que foi introduzida ao som de "Freedom", de Beyoncé.>
Joe Biden, isolado em Rehoboth Beach em razão da Covid-19, participou por telefone. O presidente agradeceu a equipe e disse que continuará "totalmente engajado" na campanha. "Eu estou de olho em você, menina. Eu amo você", disse ele a Kamala.>
Todos os 23 governadores democratas, incluindo cotados para a vaga de Biden como J.B. Pritzker (Illinois) e Gretchen Whitmer (Michigan), declararam apoio a Kamala. No Congresso, 181 dos 212 deputados e 41 dos 47 senadores fizeram o mesmo, segundo monitoramento feito pelo New York Times.>
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Um dos nomes mais importantes a vir a público apoiá-la nesta segunda foi a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi. A lendária líder democrata operou nos bastidores para que Biden desistisse, mas havia permanecido em silêncio no domingo sobre quem endossaria.>
"Tenho plena confiança de que ela nos levará à vitória em novembro", afirmou em nota divulgada nesta segunda.>
Tão importante quanto o apoio do partido é o de doadores: foram US$ 81 milhões nas 24 horas após Kamala lançar-se candidata -um recorde, segundo a campanha. A equipe diz que contribuíram com esse montante 888 mil pequenos doadores, sendo que 60% deles fizeram uma doação pela primeira vez neste ano.>
A esse montante se somam os US$ 150 milhões levantados de grandes doadores pelo comitê de arrecadação (conhecido como PAC, na sigla em inglês) Future Forward, de acordo com o site Politico.>
A demonstração de união dos democratas sucede semanas de conflitos internos em torno da candidatura de Biden, em que a imagem dividida do partido contrastou negativamente com o domínio total de Donald Trump sobre os republicanos na convenção nacional do partido, realizada na semana passada.>
Conforme Kamala se firma como a candidata democrata, a discussão se volta para quem será o vice na chapa do partido. Seguindo a estratégia clássica de alguém com perfil complementar, as apostas são um homem branco - preferencialmente de um estado-pêndulo.>
Os principais cotados para vice, por ora, são os governadores Andy Beshear (Kentucky), Roy Cooper (Carolina do Norte), Josh Shapiro (Pensilvânia) e Pritzker. Outro nome citado é o senador Mark Kelly (Arizona), cujas credenciais de militar e astronauta reluzem aos olhos democratas.>
Kamala aproveitou esta segunda para marcar bem sua diferença contra o adversário, caso ela se confirme como a candidata do partido, em dois temas principais: aborto e ficha criminal.>
"Ao longo da minha carreira, lidei com criminosos de todos os tipos", disse ela, em referência à sua atuação como procuradora na Califórnia, despertando risos no escritório.>
"Predadores que abusaram de mulheres, fraudadores que roubaram consumidores, trapaceiros que quebraram as regras para seu próprio benefício. Então me ouçam quando eu digo: eu conheço o tipo de Donald Trump", afirmou, sob aplausos.>
"Eu sei que tem sido uma montanha-russa", disse. "Tenho fé completa de que esse time é a razão pela qual vamos vencer em novembro", completou. Kamala afirmou que o comando da campanha continuará nas mãos de Julie Chavez Rodriguez e Jen O'Malley Dillon.>
Nesta terça (22), a vice fará seu primeiro comício de campanha como candidata em Milwaukee, no estado-pêndulo de Wisconsin - a mesma cidade que recebeu a convenção republicana na semana passada.>
Kamala é filha de um professor jamaicano e de uma pesquisadora de câncer indiana que se conheceram durante um protesto por direitos civis na Califórnia, nos anos 1960 - ambos faziam doutorado na Universidade de Berkeley.>
O nome da vice-presidente, em hindi, significa flor de lótus, como ela afirma em seu livro de memórias "The Truths We Hold - An American Journey" (2019). A pronúncia correta é "Kâmala", com a sílaba tônica no "Ka", e não "Kamála".>
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