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Irã anuncia que pode descumprir acordo nuclear de 2015

Irã anuncia que pode descumprir acordo nuclear de 2015

Renúncia divulgada pelo próprio governo neste domingo (5) permite enriquecimento ilimitado de urânio

Publicado em 5 de janeiro de 2020 às 18:50

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Aiatolá Ali Khamenei, Donald Trump e a tensão entre EUA e Irã após bombardeio no Iraque. (Reprodução)

Neste domingo (5), o Governo do Irã anunciou que deixará de cumprir as exigências do acordo nuclear de 2015, firmado com seis potências mundiais. Na prática, isso significa que o país não limitará mais o grau de enriquecimento de urânio e nem respeitará o número de centrífugas a que tem direito. As informações foram divulgadas pela própria TV estatal iraniana.

No anúncio de dois parágrafos, o Irã não detalhou se pretende produzir armas atômicas ou se vai continuar permitindo a visita de observadores internacionais em suas instalações; apenas afirmou que seguirá cooperando com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), órgão internacional responsável por fiscalizar esse tipo de atividade. 

O anúncio do rompimento do acordo acontece dois dias após o ataque do EUA ao aeroporto de Bagdá, que matou o general iraniano Qassim Suleimani, principal comandante militar do Irã. Para talvez rever tal atitude, o governo de Teerã afirmou ser necessária a suspensão das sanções impostas pelo rival.

CLIMA TENSO

Considerado um herói nacional do Irã, o general Suleimani recebeu uma homenagem de iraquianos no último sábado (4). A população fez uma marcha em Bagdá, no carregamento do caixão por Bagdá, onde foi morto. Na forma de gritos, os presentes pediam "morte aos EUA".

Ainda como retaliação ao ataque, o Parlamento iraquiano aprovou, neste domingo (5), uma resolução que pede ao governo a expulsão de todas as tropas estrangeiras do país.A decisão, que ainda precisa ser aprovada pelo Executivo, diz também que elas não poderiam usar o território, o espaço aéreo e o aquático do país de nenhuma forma.

HISTÓRICO

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Os dois países romperam as relações diplomáticas em 1979, mas passaram por uma reaproximação durante o governo de Barack Obama. Em maio de 2018, o atual presidente Donald Trump, porém, anunciou que deixaria o acordo já que ele não impedia que o Irã desenvolvesse armas atômicas; e seis meses depois reinstituiu as antigas sanções ao país.

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