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FBI reconhece que não investigou dica que recebeu sobre atirador

FBI reconhece que não investigou dica que recebeu sobre atirador

Nikolas Cruz matou 17 pessoas em escola da qual foi expulso no ano passado, na Flórida

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 20:34

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Atirador Nikolas Cruz matou 17 pessoas em escola da qual foi expulso em 2017. (Internauta)

O Escritório Federal de Investigações (FBI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos revelou nesta sexta-feira (16) que havia recebido informações sobre o Nikolas Jesus Cruz, de 19 anos, responsável pela morte de 17 pessoas na escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas em Parkland, na Flórida, na quarta-feira passada. A corporação, no entanto, reconheceu que não investigou as dicas que chegaram sobre o suspeito em janeiro.

Uma pessoa próxima a Cruz chegou a alertar em 5 de janeiro ao FBI o desejo do atirado de matar pessoas, mas os investigadores desdenharam da informação, disse o órgão de segurança. O informante disse que Cruz detinha armas, havia feito publicações perturbadoras em redes sociais e tinha o potencial para executar um tiroteio na escola.

A dica parece ser uma indício separado ao comentário que Cruz deixou em um vídeo no YouTube no qual diz "Eu serei um atirador profissional de escolas". O FBI reconheceu que também recebeu essa informação, mas não fez a ligação com o jovem de 19 anos.

"Sob protocolos estabelecidos, a informação fornecida pelo informante deveria ter sido avaliada como uma potencial ameaça à vida", disse o FBI em seu comunicado. "A informação então deveria ter sido passada adiante ao escritório do FBI em Miami, onde passos adequados de investigação seriam tomados. Determinamos que esses protocolos não fossem seguidos", declarou.

O massacre na Flórida foi o mais mortal em seis anos e levantou preocupações sobre falhas de segurança em escolas, além de reacender o debate sobre controle e posse de armas nos Estados Unidos, direito que é defendido pela Segunda Emenda da Constituição americana. O presidente dos EUA, Donald Trump, vem sendo pressionado por todos os lados a apresentar diretrizes para uma nova política de controle de armas, depois do ataque que matou 17 pessoas numa escola da Flórida.

O atirador foi indiciado por 17 acusações de assassinato premeditado, informaram nesta quinta-feira autoridades da investigação sobre o crime, de acordo com o jornal "The New York Times". Segundo a CNN, o atirador está cooperando com as autoridades.

A mídia americana o descreveu como um "menino difícil", um estudante "alternativo". Ele também seria integrantes de grupos pró-armas nas redes sociais e teria participado de debates na internet sobre fabricação de bombas. Cruz é membro do grupo supremacista branco República da Flórida e participou de treinamentos paramilitares, segundo o líder da mesma organização, Jordan Jereb.

De acordo com o xerife de Broward — onde fica Parkland —, Scott Israel, o perfil do jovem em redes sociais indica conteúdos "muito, muito perturbadores", com uma ampla variedade de publicações relacionadas a armas e violência em vários sites. Foram encontrados comentários em vídeos do Youtube nos quais diz: "Quero atirar em pessoas com minha AR-15", "Quero morrer lutando, matando toneladas de pessoas" e "Vou matar agentes da lei um dia, eles vão atrás das pessoas boas", informou a CNN.

"Começamos a dissecar seus sites e as redes sociais em que estava, e algumas das coisas que vieram à tona são muito, muito perturbadoras", contou Israel. Um aluno contou que Cruz era "louco por armas". Chad Williams, de 18 anos, disse que o atirador tinha costume de disparar o alarme de incêndio repentinamente antes de se expulso. "Ele era meio abandonado. Não tinha muitos amigos", contou.

Já o aluno Matthew Walker disse à rede ABC News que Cruz tem o hábito de compartilhar imagens de armas nas redes sociais. "Tudo que ele publica é sobre armas. É doentio", disse.

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Brandon Minoff, aluno do 3º ano, contou à CNN que participou de um projeto de grupo com Cruz. Ele o descreve como reservado, mas quando tinha a oportunidade, gostava de se manifestar. "Ele sempre se mostrou muito quieto e estranho. Mas quando tive que trabalhar com ele, ele começou a falar comigo", contou. "Ele me disse que foi expulso de duas escolas particulares, e foi retido duas vezes. Tinha interesse em entrar para o Exército e gostava da caça".

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