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Evo Morales desafia a provarem fraude após sua reeleição na Bolívia

Evo Morales desafia a provarem fraude após sua reeleição na Bolívia

"Não ocultamos, não mentimos. [Os opositores] só pensam em fraude e não apresentam provas"

Publicado em 26 de outubro de 2019 às 19:16

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Evos Morales, presidente da Bolívia. (Divulgação)

(FOLHAPRESS) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, desafiou neste sábado (26) seus oponentes e a comunidade internacional a provar uma suposta fraude na eleição cujo resultado lhe deu seu quarto mandato consecutivo à frente do país.

Enquanto participava de um ato em Chimoré, na cidade de Cochabamba, região central da Bolívia, o mandatário voltou a afirmar que, caso alguma irregularidade seja comprovada, está disposto a convocar um segundo turno "no dia seguinte".

"Não ocultamos, não mentimos. [Os opositores] só pensam em fraude e não apresentam provas", disse. 

Com a vitória, Evo deve permanecer até 2025 no posto, contabilizando 19 anos no poder. O presidente, que completa 60 anos neste sábado (26), chegou ao cargo em 2006, apoiado por um poderoso sindicato de produtores de coca, do qual ainda é líder.

Evo pretende celebrar o resultado em La Paz neste domingo (27) com militantes de seu partido --ainda que a reeleição em um primeiro turno tenha sido motivo de controvérsia dentro e fora do país.

Diversas nações, entre as quais os Estados Unidos e o Brasil, questionaram o resultado e solicitaram a realização de um novo pleito para esclarecer dúvidas sobre a contagem de votos, que foi marcada por muitas idas e vindas. 

O governo brasileiro disse, em uma publicação do Itamaraty, que não reconhece a vitória "neste momento".

A missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos) também recomendou outro pleito entre Evo e Mesa como a "melhor opção" para resolver o imbróglio.

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) oficializou Evo ganhador com 47,08%, contra 36,51% para o ex-presidente Carlos Mesa. Na Bolívia, um candidato vence no primeiro turno se obtiver pelo menos 40% dos votos e dez pontos percentuais de diferença para o segundo colocado.

No sábado, porém, milhares de pessoas continuavam a se manifestar nas ruas das principais cidades bolivianas, fechando cruzamentos com bandeiras, cordas e até mesmo veículos atravessados para impedir o trânsito.

A cidade de La Paz, na sexta, exibia faixas "não à ditadura", bandeiras com as cores da Bolívia e gritos de "respeitem meu voto". Policiais patrulhavam principalmente praças e rotatórias para impedir o bloqueio de ruas.

O candidato opositor Carlos Mesa disse à imprensa que não "reconhece a conclusão da apuração nacional das eleições gerais e as consequências políticas e jurídicas do mesmo".

Entenda o imbróglio da apuração dos votos Dois métodos

Após o fechamento das urnas, o Tribunal Supremo Eleitoral começou a apuração usando dois métodos: somando os votos registrados em atas, que traziam os totais de cada mesa, e contando os votos um a um. Apenas os resultados do primeiro foram divulgados

Empate técnico

Às 22h40 de domingo (20), com 89% das urnas apuradas, Evo tinha 45,7% contra 37,8% de Mesa 

--o resultado levaria a um segundo turno, cenário previsto por pesquisas de intenção de votos

Apuração suspensa

Durante a noite, nenhum voto foi computado, e a contagem feita pelas atas foi interrompida. Na segunda-feira pela manhã, o tribunal afirmou que a apuração um a um mostrava resultados diferentes; o jornal oficial El Cambio publicou manchete dando vitória a Evo

Nova contagem

Diante das divergências, contagem passou a ser feita pelo método um a um 

Contagem final

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) proclamou Morales ganhador com 47,08%, contra 36,51% para o ex-presidente Carlos Mesa 

Quarto mandato Eleito pela 1ª vez em 2005, Evo concorreu neste pleito graças a uma decisão do mesmo tribunal responsável pela apuração dos votos. 

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A nova Constituição de 2009 determinou que só poderia haver uma reeleição consecutiva. Evo conquistou seu 3º mandato em 2014 argumentando que seu primeiro governo era anterior à regra. Em 2016, perdeu um referendo para extinguir o limite; e, em 2017, o tribunal julgou a seu favor e derrubou a norma

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