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Atiradora do YouTube acusava rede de discriminar seu canal na rede

Atiradora do YouTube acusava rede de discriminar seu canal na rede

Polícia confirmou Nasim Najafi Aghdam, de 39 anos, como autora dos disparos

Publicado em 4 de abril de 2018 às 10:21

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Em vídeos e postagens, atiradora acusava de YouTube de bloquear seus vídeos . (Reprodução/Twitter)

A mulher identificada como a atiradora que abriu fogo na sede do YouTube e feriu três pessoas, no estado americano da Califórnia, era uma usuária da rede que acusava a plataforma de discriminá-la. A polícia informou que Nasim Najafi Aghdam, de 39 anos, estava por trás do ataque à companhia do Vale do Silício que emprega quase duas mil pessoas. A autora dos disparos se suicidou após deixar um homem de 36 anos em estado crítico e duas mulheres, de 27 e 32 anos, gravemente feridas.

O perfil online de Nasim mostra que ela era uma ativista vegana, responsável pelo site "NasimeSabz" ("brisa verde", na tradução para a língua persa). Na página, ela publicava conteúdo sobre o veganismo e a cultura persa, mas também usava o espaço para criticar a empresa americana. Em fevereiro do ano passado, ela postou uma foto no Facebook na esquina da sede com um cartaz em que se lia "Ditadura do YouTube" e "Política oculta: promoção de discriminação estúpida, supressão da verdade".

Post de atiradora acusava YouTube de discriminação . (Reprodução/Facebook)

Uma reprodução de um vídeo postado no canal do YouTube da atiradora, que foi apagado após o ataque, revela que ela acusava a plataforma de privá-la de visualizações. Nasim acreditava que sofria bloqueios na rede social e relatou a parentes que "odiava" a empresa americana.

"YouTube filtrou meus canais para impedir que tenha visualizações. Não há oportunidades de crescimento iguais no YouTube ou em qualquer outra plataforma de compartilhamento de vídeos. Seu canal cresce se eles quiserem!!!!", reclamou a atiradora.

"Não há liberdade de expressão no mundo real e você será suprimido por dizer a verdade que não é apoiada pelo sistema. Usuários específicos são filtrados e relegados para que as pessoas não vejam seus vídeos", destacou Nasim em seu site.

Em um dos vídeos de crítica ao YouTube, Nasim aponta que imagens suas de exercício físico foram bloqueadas. Enquanto isso, segundo ela, clipes sensuais de cantoras como Nicki Minaj e Miley Cyrus, os quais ela considera "inapropriados para crianças", não sofriam restrições. A mulher conclui que "pessoas como ela não são boas para o grande negócio".

PAI TERIA AVISADO POLICIAIS

À "Bay Area News Group", o pai da usuária, Ismail Aghdam, destacou que ela estava incomodada com a companhia, que havia deixado de remunerá-la pelo conteúdo publicado na plataforma. Nesta segunda-feira, o parente acionou a polícia e relatou o desaparecimento da filha após não conseguir contatá-la por dois dias. Aghdam diz que advertiu os agentes que a mulher poderia ter ido à sede do YouTube.

Agentes de Mountain View, a 48 quilômetros da sede da companhia, encontraram Nasim adormecida em seu carro em um estacionamento, na madrugada de terça-feira. A mulher não quis responder perguntas dos policiais e acabou liberada por não aparentar ser uma ameaça para si mesma nem para outros, segundo a porta-voz da polícia, Katie Nelson, que não confirmou se as autoridades haviam recebido a advertência do pai sobre o possível alvo da filha.

A diretora-geral do YouTube, Susan Wojcicki, destacou pelo Twitter que a empresa "ficará unida para se recuperar como uma família".

"O Departamento de Polícia de San Bruno está investigando o motivo deste ataque armado. Neste momento, não há evidência de que a atiradora conhecia as vítimas ou que os indíviduos foram alvos específicos", informaram os investigadores, em comunicado.

 

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