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App de exercícios físicos revela detalhes de bases militares dos EUA

App de exercícios físicos revela detalhes de bases militares dos EUA

GPS registra rotas de usuários em locais como Iraque, Síria e zonas de conflito na África

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 13:48

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Elaborado pelo Strava Labs, o GPS do programa Strava revela, através de uma pulseira, os movimentos de seus usuários pelo mundo, indicando num "mapa de calor" a intensidade de uma travessia ao longo de determinada rota. (Reprodução/ Site Strava Labs)

Um mapa que mostra rotas usadas pelos usuários de um aplicativo de exercícios físicos revela informações potencialmente sensíveis sobre bases militares americanas e de aliados em lugares como Afeganistão, Síria e Iraque. Elaborado pelo Strava Labs, o GPS do programa revela, através de uma pulseira, os movimentos de seus usuários pelo mundo, indicando a intensidade de uma travessia ao longo de determinada rota — ou, conforme indica o app, é uma "visualização direta da rede global de atletas do Strava". O Departamento da Defesa (DoD) dos EUA disse que está "revisando" a situação.

O analista de segurança Tobias Schneider — um dos que descobriram que o mapa mostrava bases militares — notou que o aplicativo indicava instalações do Exército na Síria, assim como a base Madama usada pelas forças francesas no Níger. Enquanto algumas bases são conhecidas por grupos inimigos, o mapa também revela o que parecem ser rotas de saída das bases. Ainda que a informação não seja registrada em tempo real, tais dados podem ser utilizada para planejar ataques, ou emboscadas.

O mapa, iluminado com luz amarela em zonas com usuários ativos, foi divulgado em novembro de 2017, mas o Strava Labs contextualizou a informação apenas no sábado: registra 1 bilhão de atividades e 3 bilhões de pontos GPS ao longo de dois anos. Em zonas como nos Estados Unidos, onde se encontra a maioria dos 27 milhões de usuários, há amplas regiões iluminadas. Já em outras partes, como Iraque, Síria ou regiões de conflito na África, mostram pequenas manchas.

O mapa do Iraque aparece, por exemplo, escuro em sua maioria, indicando o uso limitado do app do Strava, mas uma série de bases militares conhecidas — onde estão instaladas as forças da coalizão americana que luta contra o Estado Islâmico (EI) — se sobressai com detalhe. Entre elas, Taji, ao norte de Bagdá; Qayyarah, ao sul de Mossul; Speicher, perto de Tikrit; e Al-Assad, na província de Anbar. O app também ressalta locais menores no Norte e no Oeste do Iraque, indicando a presença de outras instalações menos conhecidas.

O mesmo acontece no Afeganistão, onde a base aérea de Bagram, ao norte de Cabul, é um centro de atividades, assim como várias outras locações no sul do país. E, na Síria, Qamishli, no Noroeste, um baluarte das forças curdas aliadas dos Estados Unidos, aparece claramente visível.

REVISÃO DE POLÍTICAS

De acordo com a porta-voz do Pentágono, o órgão avalia a necessidade de medidas adicionais para garantir "a segurança do pessoal de defesa em casa e no exterior". O governo "recomenda limitar os perfis públicos na Internet, incluindo as contas pessoais nas redes sociais", indicou a major Audricia Harris.

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— Informação recente enfatiza a necessidade de ter consciência de localização quando militares compartilham informação pessoal — disse a representante. — O DoD leva muito a sério assuntos como esse e está revisando a situação.

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