Trilha do Tropical do Parque Paulo César Vinha, em Guarapari, serviu como termômetro da regeneração e foi das cinzas ao verde
Trilha do Tropical do Parque Paulo César Vinha, em Guarapari, serviu como termômetro da regeneração e foi das cinzas ao verde. Crédito: Vitor Jubini

Como a tecnologia ajudou brotar vida nova no Parque Paulo César Vinha

Regeneração do parque atingido por incêndio contou com voos de drone, para monitoramento frequente e preciso, e com o cuidado diário de servidores estaduais

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A Trilha do Tropical, uma das mais conhecidas e utilizadas do Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari, serviu como um termômetro durante e após o incêndio que atingiu o local em 2022. O verde deu lugar ao cinza entre os meses de setembro e outubro. Mas o mesmo local onde o fogo começou, naquele dia 22 de setembro, voltou a ser verde. A regeneração do parque contou com voos de drone, que permitiram um monitoramento frequente e preciso, e com o cuidado diário de servidores estaduais.

No primeiro episódio, imagens exclusivas feitas por A Gazeta mostraram a linha de frente de combate ao incêndio. Neste segundo episódio da websérie Regenerar, a reportagem de A Gazeta mostra como a tecnologia foi estratégica no parque após o incêndio e toda a dedicação dos trabalhadores do local desde então.

A observação de uma área como o Parque Estadual Paulo César Vinha, que ocupa 1.500 hectares, não poderia ser feita apenas a olho nu, por exemplo. Em meio à destruição causada pelo incêndio, a tecnologia foi uma aliada essencial.

Os voos de drone, que durante os 34 dias de incêndio foram utilizados para monitorar e compreender quais eram as áreas de combate prioritário, passaram a ser úteis também na recuperação.

Sandro Rodrigues é servidor do Iema e o responsável por controlar o drone no Parque Paulo César Vinha
Sandro Rodrigues é servidor do Iema e o responsável por controlar o drone no Parque Paulo César Vinha. Crédito: Vitor Jubini

Quem comandava os voos de drone um mês após o fim do incêndio era o servidor do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) Sandro Rodrigues. Ele contou à reportagem de A Gazeta que cerca de sete mil fotos eram registradas no ar para que houvesse um diagnóstico sobre a evolução das áreas.

Sandro Rodrigues

Servidor do Iema

"O monitoramento da área incendiada é feito por uma série de fotos, mais de sete mil fotos. Assim a gente pode ter um comparativo ao longo do tempo. É possível ver áreas que se regeneraram melhor e as que tiveram mais dificuldade"

A promessa, segundo Sandro Rodrigues, é voltar a voar com o drone no local para continuar acompanhando a evolução do local.

Para o atual gestor do parque, Georges Mitrogiannis, a utilização do drone permite maior eficiência no monitoramento da região.

"Aumentou muito a nossa eficiência. O monitoramento de uma área que demorávamos semanas, agora é feito em horas com o drone. Com as imagens, podemos ver se vamos entrar com plantio de mudas ou permitir a regeneração sem interferência", afirmou Georges Mitrogiannis.

O mesmo local fotografado duas vezes: em setembro, quando o incêndio atingia o parque, e em maio de 2023, quando foi possível ver a regeneração do Parque Estadual Paulo César Vinha
O mesmo local fotografado duas vezes: em setembro, quando o incêndio atingia o parque, e em maio de 2023, quando foi possível ver a regeneração do Parque Estadual Paulo César Vinha. Crédito: Vitor Jubini

Além do uso da tecnologia, também foi necessário o cuidado dos servidores que estão diariamente no Parque Estadual Paulo César Vinha. Quem esteve no local na época do incêndio relata com tristeza o ocorrido.

A servidora Juliana Salgueiro trabalha e frequenta o parque há 18 anos. Neste período, encarou três incêndios tratados como os piores da história do local: 2008, 2014 e o último, em 2022. Apesar da lamentação, ela faz questão de ressaltar a força própria da natureza.

Juliana Salgueiro trabalha há 18 anos no Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari
Juliana Salgueiro trabalha há 18 anos no Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari. Crédito: Vitor Jubini

Juliana Salgueiro

Servidora do Iema

"Quando você vê que o ambiente começa a ficar mais verde, não está mais preto, não está mais cinza, aí você vê que tem esperança. A natureza está se regenerando"

O relato de Juliana Salgueiro é comprovado nas imagens. A Trilha do Tropical, local onde, segundo o Corpo de Bombeiros, começou o incêndio, agora está com a cor verde característica. Ainda que algumas árvores maiores deem um indicativo de que o fogo passou por ali, o verde da natureza viva é predominante.

A regeneração é valorizada por todos que assistem a volta ao normal do Parque Paulo César Vinha. Apesar da retomada do verde, há preocupações sobre as espécies da fauna e da flora que podem ocupar o local em um cenário de recente destruição. Em casos como esse, segundo o gestor Georges Mitrogiannis, é necessária a permanente observação do local.

3º episódio traz potencialidades do parque para economia e turismo

O Parque Estadual Paulo César Vinha tem uma área aproximada de 1,5 mil hectares, o equivalente a 1.500 campos de futebol. O parque em Guarapari ocupa uma área 150 vezes maior que o Parque Pedra da Cebola, localizado entre os bairros Jardim da Penha e Mata da Praia, em Vitória. O tamanho da área e a diversidade de espécies fazem com que o local seja uma unidade de conservação importante do Espírito Santo.

A preservação do parque tem também objetivos educacionais, científicos e recreativos. As paisagens são um convite aos capixabas e aos turistas de outros lugares do Brasil, como o 3º episódio da websérie vai motrar. O terceiro e último episódio será exibido nesta quarta-feira (7).

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