Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 14:01
Limitação é uma palavra que não existe no dicionário do jovem Kassy Jhonnes, de 21 anos. Sem poder contar com as duas pernas e um dos braços, ele ignora as limitações físicas e segue subindo, ou melhor, no caso dele, literalmente descendo, e conquistando títulos. >
Há pouco mais de quatro anos, o morador do bairro Rio Branco, em Cariacica, encontrou no skate, especialmente na modalidade downhill, a alegria que precisava para ser feliz. A adaptação rápida e o apoio de familiares a amigos renderam frutos. Com pouco tempo na modalidade, Kassy passou de um desconhecido para um dos nomes mais respeitados do país na categoria e já colocou o nome entre os gringos.>
A última conquista de destaque veio em setembro do ano passado. Após ser campeão Sul-Americano, o jovem se classificou para competir no Tour de Maryhill, uma das etapas do Mundial e disputado na cidade de Goldendale, no estado de Washington, nos Estados Unidos. O resultado não poderia ser melhor: título.>
"Foi muito legal competir nos Estados Unidos. Fiquei lá por sete dias, pude competir em um local novo e venci minha prova. Não tem limitação que me faça deixar de fazer o que mais gosto. Quero seguir competindo nas competições pelo mundo", salientou.>
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O desejo de rodar o planeta competindo ladeira abaixo sobre quatro rodinhas não é aleatório. Neste ano, Kassy planeja disputar todas as etapas do mundial e mobiliza ações para conseguir levantar os valores necessários para realizar esse sonho. >
"São várias etapas e pretendo competir em todas elas. Serão três nos Estados Unidos, uma na Austrália, e pelo menos outras duas que ainda não definiram em quais países serão, mas a primeira já é agora, em abril. Estou mobilizando as pessoas próximas, fazendo vaquinha e tentando alguns patrocínios para conseguir ir", disse.>
A única garantia financeira que Kassy conta é o dinheiro proveniente do auxílio por ser deficiente físico, mas o benefício está bloqueado há três meses e dificulta ainda mais os planos do skatista de Cariacica. >
"O valor é de um salário mínimo, mas nem eles (INSS) sabem dizer porque foi bloqueado. Então estou tendo que me virar como posso. O que quero é levar meu nome e mostrar a mais pessoas que podemos superar nossos limites. E foi no donwhill que encontrei essa possibilidade. Depois que parar de competir, quero trabalhar para tornar a modalidade ainda mais acessível através da minha história. Esse é meu objetivo", contou. >
O jovem usa as redes sociais para divulgar os feitos alcançados e mostrar o dia a dia. Além do skate, Kassy também pratica natação, joga bola e dá palestras para crianças e adolescente contando a própria história>
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