Publicado em 30 de maio de 2019 às 17:17
O piloto Cacá Bueno leva a vida em alta velocidade e, assim como nas pistas, muitas vezes realiza pit stops em cidades pelo Brasil. Em rápida passagem por Vitória nesta quinta-feira (30), onde participou de um evento de um dos patrocinadores da equipe dele na Stock Car, o pentacampeão da maior categoria do automobilismo nacional comemora o bom momento profissional.>
Neste mês, o piloto de 42 anos, entrou para seleto hall de pilotos brasileiros a vencer em Mônaco, uma das mais icônicas e desafiadoras pistas do mundo. O piloto chegou ao lugar mais alto do pódio no último dia 11 na sétima etapa do Jaguar I-PACE. Além disso, ele ainda falou sobre outros temas relacionados ao mundo da velocidade. >
Vitória em Mônaco>
Foi emocionante (vencer em Mônaco). Na verdade o campeonato todo tem sido. Temos ido a lugares até então inusitados como Arábia Saudita, Hong Kong e China, como em outros fantásticos como Paris, Roma e Berlim, onde ganhei também. Mas teve Mônaco, lá é especial. Talvez seja o circuito que quando se começa a entender de automobilismo e a correr, seja a pista que todo piloto sonha em vencer. Já ter ganho três corridas esse ano, além de ter feito quatro pódios é muito significativo, mas triunfar em Mônaco tem um gosto diferente.>
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Novas categorias>
Essa prova (Mônaco), foi um grande evento realizado em paralelo a Formula E. É um campeonato novo, iniciado nesse ano e o primeiro do mundo com carros elétricos. Envolve, claro, a tecnologia e inovação, mas atrelada à questão da mobilidade urbana, energia limpa, comportamento e vai muito além da pista.>
Pilotos brasileiros>
Vencer em Mônaco em uma categoria nova representa a força do Brasil no automobilismo mundial. Nesse último fim de semana eu venci em Berlim (Alemanha) na minha categoria e o (Lucas) Di Grassi venceu na Formula e também. Os brasileiros continuam tendo representatividade e isso é importante mostrar.>
Isso é uma loucura. Na verdade é mais difícil é para minha esposa conciliar (risos). Ela que tem muita paciência com tudo isso. Vindo para cá, eu até estava comentando sobre isso. Essa semana só passei um dia em casa, na segunda. Fiquei em São Paulo ontem, hoje estou estou aqui em Vitória, mas faço isso com o maior prazer do mundo, faz parte do meu trabalho. Gosto disso. Sexta e sábado já tem a Porsche Cup em campinas (SP), na semana que vem já tem prova da Stock em Londrina. Estou vindo de sete finais de semanas seguidos competindo em diferentes pontos do mundo. Lógico que sinto falta do contato com minha família, meus filhos, os levo quando é possível, mas a gente vai conciliando como pode. As pessoas me conhecem muito pela Stock Car, mas quem acompanha minha carreira há mais tempo sabe que sempre fiz duas, três categorias simultaneamente. É uma correria danada, mas muito bom.>
Ano na Stock>
É o meu foco principal, fomos muito bem em Campinas, mas já não tão bem em Goiânia, onde terminamos em sétimo, a gente precisa melhorar para Londrina na semana que vem. O trabalho é muito duro, a equipe é excelente, mas as vezes os rivais descobrem algo, não apenas em pilotagem, mas no acerto do carro, e esses detalhes fazem a diferença. Nosso time é formado por gente campeã. As vezes se oscila e os resultados não aparecem, mas é algo natural. Mas por ser o Cacá Bueno sempre tem uma cobrança. Um sétimo lugar, por exemplo, pode parecer horroroso, mas são 30 carros muito competitivos. Acredito que em Londrina a gente já consiga algo melhor e voltar as vitórias. Nosso normal é estar nos lugares mais altos do grid.>
Novo dinossauro?>
Acho que ainda não (risos). Quando comecei na Stock eu corria com os caras que ja estavam na casa dos 50, ainda tenho 42. A garotada nova é muito boa, com a faca nos dentes e aprendo com eles também, são competitivos. Mas se eles tem a juventude a favor, eu tenho a experiência e cinco títulos na conta. Eles que corram atrás.>
Circuito e F1 no Rio>
É natural. Já (Fórmula 1) foi do rio antes, depois foi para São Paulo, e se voltar está ok. O pessoal de São paulo vai ficar bravo comigo (risos), mas acho que faz muito mais sentido ser no Rio. No meu ponto de vista, o Rio de Janeiro é a capital turística do Brasil, consegue-se aproveitar mais a exploração da imagem do país no exterior, o Rio tem toda uma tradição de grande e diversificados eventos como o Carnaval, o Rock in Rio, O Rio Open. Acho que a categoria cairia muito bem à cidade. Mas a gente tem toda a dificuldade da construção do autódromo, há as questões políticas envolvidas. O antigo autódromo (Jacarepaguá) foi tomado para a construção do Parque Olímpico, que hoje infelizmente se encontra ocioso e deficitário à cidade. O principal é sair esse novo autódromo e o Rio volte a figurar nos calendários automobilísticos. Esse deve ser o foco. Eu cresci vendo o antigo autódromo da minha casa. Seria bom voltar a correr no Rio.>
1ª vez em Vitória?>
Nunca tive a chance de correr em Vitória, mas conheço muito bem a cidade. Adoro uma boa moquequinha, o clima é muito parecido com o do Rio de Janeiro, o astral do público... me agrada muito estar aqui.>
Reconhecimento local>
É fruto do nosso trabalho. Tudo na vida tem que ter algum motivo. Não fosse a audiência que temos, o público e a relevância que nos dão, nada disso faria muito sentido, eu simplesmente estaria andando de kart indoor com meus amigos. O tamanho dos eventos que fazemos só faz sentido porque agrada as pessoas de um modo geral. O Brasileiro ama carro e automobilismo, então quando uma pessoa pede para tirar uma foto ou autógrafo, eu procuro retribuir da melhor forma.>
Engarrafamento>
É entendiante para um piloto, por isso que vou de carona (risos).>
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