Publicado em 17 de julho de 2025 às 19:19
- Atualizado há 10 dias
A reforma tributária tem gerado dúvidas em vários setores da economia brasileira, incluindo o da construção. Atualmente, a construção civil paga Imposto sobre Serviços (ISS) de até 5%. Com a nova tributação, as atividades dentro do canteiro continuam a ser consideradas serviços, mas terão a incisão de outra taxa, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que vai substituir tanto o ISS quanto o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
“A reforma tributária vai mudar o método construtivo no Brasil. Estamos mais acostumados com os atuais formatos de construção no país. O novo método de débitos e crédito vai promover muitas inovações e isso vai beneficiar as empresas e a população. O modelo tributário atual é tão complexo que o cidadão não sabe o que está pagando”, conta o relator da reforma tributária, o deputado federal Reginaldo Lopes.
Ele foi um dos convidados para o painel “Impactos da reforma tributária na construção e mercado imobiliário” que aconteceu nesta quinta-feira, 17, durante a ES Construção Brasil, que vai até sexta, 18, no Pavilhão de Carapina.
Segundo Lopes, a reforma tributária vai tirar a cobrança “embutida” de impostos sobre produtos e serviços. “A cadeia produtiva da construção é muito longa, e, atualmente, ninguém sabe o que está sendo cobrado. Na média, a carga tributária no país é de 35%, podendo chegar a 53%. Com a reforma, essa carga será de 26,5% no máximo”, explica.
Além dele, a contadora da Tasso & Scalzer Contabilidade Carla Tasso também trouxe um panorama do que esperar e disse que o período de reforma vai durar de seis a oito anos, quando as duas formas de tributação estarão convivendo juntas.
“Será uma mudança total de cultura, que vai precisar de muita dedicação das empresas para mexer em seus contratos. Algumas mudanças serão importantes nesse contexto, como novas notas fiscais, novas declarações. Tudo está sendo discutido com o setor para que tenhamos um modelo de documento fiscal que vai fazer parte desse novo contexto de documentação eletrônica”, avalia.
Da mesma visão é o presidente executivo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Fernando Guedes, que também foi um dos convidados do painel. Segundo ele, será uma “revolução tributária”, saindo de um modelo cumulativo, partindo para uma forma totalmente nova.
“Nela, as empresas poderão aproveitar os créditos nos tributos que incidem sobre as operações de compras de insumos e serviços. Essa reforma vai tirar a incidência da tributação por cascata, passando a ser cobrado o imposto pelo serviço de vendas”, complementa.
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