Publicado em 22 de fevereiro de 2022 às 14:05
Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) com 2.193 prefeituras de todas as regiões brasileiras aponta que 24,5% permitirão eventos privados nos festejos de carnaval, embora tenham suspendido as celebrações públicas. Além disso, 46,1% afirmaram ter cancelado qualquer tipo de comemoração - a exemplo do Recife - e 25,1% estavam com indefinições para a data até 17 de fevereiro.>
No Espírito Santo, foram ouvidos 35 municípios (a Confederação não divulga a lista dos entrevistados) sendo que um não respondeu as perguntas. Destes, 17 afirmaram terem cancelado os festejos públicos e privados e apenas cinco disseram que vão manter a folia paga. Questionados sobre quais medidas serão adotadas no período, 12 disseram não terem definido nada até o momento.>
Embora parte dos Estados e municípios tenha cancelado o ponto facultativo dos servidores públicos - o que não aconteceu por parte do Governo do ES -, os quatro dias de carnaval serão de centenas de festas e shows em capitais, como Rio, São Paulo, Vitória e Salvador, no interior e em cidades turísticas do País, como Pipa, com portes e valores variados (que ultrapassam os R$ 700), Guarapari e São Mateus, que também já tem eventos com ingressos sendo vendidos.>
Na última semana, vídeos de um evento privado carnavalesco no Memorial da América Latina, na capital paulista, com a cantora Anitta, viralizaram na internet e atraíram críticas, enquanto os desfiles públicos estão suspensos. O show foi parte de um festival com programação de cinco dias e autorizado a receber até 12 mil pessoas. O mesmo evento foi realizado em Guarapari (ES), no fim de janeiro, dentro da programação de verão de shows privados na cidade.>
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Entre os críticos, há quem atribua a situação a um possível elitismo do carnaval, enquanto a organização tem ressaltado respeitar todas as exigências sanitárias. Nas redes sociais de HZ, alguns internautas criticaram a confirmação de eventos privados enquanto os públicos foram cancelados: "Certo não era ter nenhum (show)! Se não pode nas ruas, não era pra liberar os eventos fechados também não", comentou um internauta.>
"De que adianta não ter carnaval de rua e o povo ir pra show aglomerar ? Nada, dá no mesmo e é até injusto quem não pode pagar para ir nesse eventos e ficar sem curtir o carnaval", comentou outra.>
Após a repercussão das imagens do show de Anitta em São Paulo, o governo paulista fez um alerta: "Há uma preocupação do comitê científico (do governo) em relação a esse período do carnaval, embora majoritariamente nenhum município do Estado esteja promovendo encontros de carnaval, há organizações privadas e pessoas desejosas de fazer festas domésticas. E essa não é uma boa iniciativa neste período", declarou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).>
No Espírito Santo, o Governo do Estado já havia recomendado no mês de janeiro a não realização de carnaval de rua, grandes shows e eventos. "Formalizamos hoje aos municípios capixabas a recomendação da suspensão do carnaval e dos grandes show e eventos em todo o Estado. Solicitamos aos municípios que decidam não acatar a recomendação que subsidiem essa decisão com fundamentos epidemiológicos, com estudos técnicos capazes de sustentar uma decisão que não seria adequada ao Estado em um momento em que a curva da expansão de casos pode ainda ser mitigada", disse o secretário de Estado de Saúde, Nésio Fernandes, na época.>
Porém, apesar da recomendação, nada foi proibido. No Espírito Santo, as festas que acontecerem devem seguir as regras sanitárias de acordo com o Mapa de Risco para Covid-19. A maioria das cidades que possuem grandes eventos, como Vitória, Guarapari e São Mateus está na categoria de Risco Moderado (em cor amarela) para transmissão do vírus, o que permitiria eventos para até 2 mil pessoas em espaços que cabem o dobro de público, além da comprovação vacinal para entrar nos locais.>
Vale lembrar que em Vitória, assim como no Rio e em São Paulo, o desfile das escolas de samba foi transferido para abril.>
Os governos também têm se preocupado com eventos clandestinos. No Rio, ao menos dois blocos foram às ruas no fim de semana - e situação semelhante já ocorreu este mês em Salvador. Na capital baiana, a prefeitura anunciou que terá uma fiscalização nas ruas para evitar grandes aglomerações, porém liberou eventos com até 1,5 mil pessoas.>
Ontem, a Federação Médica Brasileira emitiu uma nota em que demonstra "preocupação com as festas" e "reforça o alerta para que gestores sigam empenhados na vacinação e reforcem a orientação à sociedade sobre aglomerações".>
Renato Kfouri, um dos diretores da Sociedade Brasileira de Imunizações, destaca que "ainda se vive taxa de transmissão alta". "São 800 mortes por dia (em média)", ressalta, lembrando que o comportamento do vírus é imprevisível e, no fim de 2021, parecia possível a realização de festividades - agora, porém, a Ômicron se espalhou e impulsionou o aumento de internações.>
Com informações da Agência Estado.>
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