> >
Corinthians vive caos, com tentativa de Augusto Melo de retornar ao poder

Corinthians vive caos, com tentativa de Augusto Melo de retornar ao poder

A movimentação se deu no sábado (31), na sede social alvinegra. Aliada de Augusto, a conselheira Maria Angela de Souza Ocampos apareceu com um documento dizendo ser a nova presidente do Conselho Deliberativo

Publicado em 1 de junho de 2025 às 15:03

O Corinthians tem dois homens que dizem ser seu presidente. Em um agitado fim de semana no clube do Parque São Jorge, Augusto Melo, afastado da presidência, tentou retomar o poder e chegou a anunciar seu retorno. Osmar Stabile, que assumiu interinamente o cargo maior da agremiação, resistiu.

A movimentação se deu no sábado (31), na sede social alvinegra, na zona leste de São Paulo. Aliada de Augusto, a conselheira Maria Angela de Souza Ocampos apareceu com um documento dizendo ser a nova presidente do Conselho Deliberativo. Ela se baseava em um parecer do Conselho de Ética pelo afastamento do presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior.

Augusto Melo foi empossado como novo presidente do Corinthians
Augusto Melo tentou retomar à presidência do Corinthians na noite desse sábado (31) Crédito: Jose Manoel Idalgo

Como o documento tem a data de 9 de abril, Maria Angela afirmou que todos os atos posteriores de Tuma estavam anulados, inclusive a condução da votação do impeachment de Melo, na última segunda-feira (26). Ela disse determinar que o aliado reassumisse "imediatamente o cargo do qual foi indevidamente afastado".

Formou-se, então, uma confusão no Parque São Jorge. Augusto tentou retomar sua velha cadeira, o que Stabile não permitiu. Cerca de 50 torcedores invadiram a sala da presidência. A polícia foi chamada para controlar a situação e não fez nenhuma detenção. Stabile afirmou que nada muda, que ele continua normalmente da presidência.

Romeu Tuma chamou a movimentação de "tentativa de golpe de quinta categoria". Ele não reconhece o parecer a respeito de seu afastamento e diz que sua destituição teria de ser votada pelo próprio Conselho Deliberativo. Tuma vinha atuando normalmente como presidente do Conselho, reconhecido assim também por Augusto e seus aliados.

Foi com Tuma presidindo a sessão que os conselheiros do Corinthians votaram pelo impeachment de Augusto, com 176 a favor do afastamento e 57 contra. Augusto, então, foi afastado e substituído interinamente pelo vice-presidente Osmar Stabile -que era aliado do presidente e com ele rompeu após a eleição.

Pelo estatuto da agremiação, uma assembleia geral de sócios precisa referendar o impeachment. Assim, uma votação foi marcada para o dia 9 de agosto. O rito determina que o presidente retorna imediatamente no caso de o impeachment ser refutado pelos associados. No caso de o afastamento ser confirmado, os conselheiros elegem um presidente para completar o mandato.

Segundo Stabile e Tuma, assim será. De acordo com eles, apesar da investida de Augusto no agitado fim de semana preto e branco, o processo de impeachment terá prosseguimento. Melo, que avisara no dia da votação do Conselho que iria "até o final" para recuperar sua cadeira, insiste em sua tentativa.

O pedido de impeachment é baseado em acusações de supostas irregularidades no fechamento do contrato de patrocínio do Corinthians com a casa de apostas VaideBet. Quatro dias antes da votação do Conselho, Melo foi indiciado sob suspeita de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro.

O objeto da investigação são justamente o acordo com a casa de apostas e o destino do dinheiro da comissão paga a um suposto intermediário. Essa investigação levou a polícia a oferecer uma denúncia ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo). Melo nega irregularidades e afirma que o indiciamento se deu de maneira "prematura, ilegal e desprovida de justa causa".

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais