Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 14:42
Os últimos dias foram intensos para Loco Abreu. Na noite da última terça, o atacante uruguaio foi recebido com festa pela torcida do Rio Branco ao desembarcar em Vitória. Poucas horas depois, na manhã de ontem, o jogador de 42 anos concedeu a primeira coletiva como atleta capa-preta.>
Irreverente, direto nas respostas e com o inseparável chimarrão, o veterano se mostrou disposto a brilhar no 28º clube da carreira e não fugiu da responsabilidade por ser a estrela do clube que tentará o 38º título do Capixabão - a estreia será no sábado, dia 2 de fevereiro, no Kleber Andrade contra o Rio Branco de Venda Nova, às 16 horas.>
Expectativa>
Na realidade superou bastante o que a gente pensava, foi muito legal. Chegar ao clube e ser recebido desse jeito dá emoção, empolgação, vontade de querer rapidamente entrosar com o time. É muito legal o início, mas para que a caminhada continue do mesmo jeito é importante treinar muito, se esforçar, porque ninguém vai ganhar só com a empolgação da torcida.>
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Motivação aos 42 anos>
A motivação principal é manter a paixão. Quero curtir o futebol, mas para>
isso não basta só a paixão, nem só a vontade. Tem que se alimentar, treinar, tem muita coisa a fazer para se sentir bem.>
Em campo na estreia?>
Por que não? Quem é atleta, não para de treinar, só que muitas vezes não tem time, que foi o que aconteceu comigo. Eu tava de férias, mas meu preparador físico fica perto de mim sempre. Quando tinha 20 anos, o GPS falava que eu corria 8 km. Com 42 diz, que corro 7 km. Então 1 a mais ou a menos não vai fazer diferença e sim o cruzamento bom para poder colocar a bola dentro do gol.>
Clássico na 3ª rodada>
A torcida fez questão de me mandar vídeos antigos e mostrar a paixão que tem nesse jogo (contra a Desportiva). Sempre é lindo poder participar de um clássico de tradição, mas antes de chegar a isso tem outros times, e a gente tem que respeitar também. Para você atingir o objetivo não adianta ganhar um clássico e perder os demais jogos. Na hora que entrar na semana do clássico a gente vai focar nesse jogo especial. Vai ser um privilégio para mim desfrutar de mais um clássico.>
Capitão>
Ser a referência, para mim não é novo, estou acostumado, mas sei bem o meu lugar dentro do time. Eu não sou mais que ninguém, tenho uma história, tenho um nome, mas eu preciso de um time para fazer meu trabalho, e eles precisam do meu trabalho também.>
Negociação>
Ele (o presidente Luciano Mendonça) começou devagar, mandando vídeos da torcida da empolgação da torcida, do desejo do futebol capixaba em crescer e ganhar visibilidade. Mas sou exigente. Pedi vídeos do centro de treinamento, concentração, onde jogaremos, procurei saber as característica da equipe. Vi que se tratava de um planejamento sério e pesou a relação que o time tem com a torcida, além das cores da camisa alvinegra. No final acabamos fechando e entendendo que era o lugar certo para eu continuar meu caminho no futebol.>
Confiança>
Quando cheguei e vi a recepção pensei: O Loco ainda está forte, com moral. Vamos lá. Tomara que continue assim.>
Terá cavadinha?>
Não, parei em 2011. Mas isso é legal porque cada vez que sou apresentado me perguntam se terá cavadinha, e falo que não. Mas os caras acham que é brincadeira, que estou de migué, mas é verdade. 2011 foi a última vez, no clássico com o Fluminense. Mas como ninguém acredita, para mim fica melhor, pois os goleiros pensam nela e ficam parados. Aí fica mais fácil jogar no canto e marcar (risos).>
Vitrine>
Ninguém vai olhar o Rio Branco para comprar o Loco Abreu. Se um menino dá um bom passe, não falarão do gol do Loco, vão falar do cruzamento do garoto. Para eles vai ser boa essa visibilidade do futebol do Brasil e de fora olharem para o futebol capixaba, e especialmente ao elenco do rio Branco.>
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