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Ídolo de Grêmio e Botafogo, Valdir Espinosa morre aos 72 anos

Ídolo de Grêmio e Botafogo, Valdir Espinosa morre aos 72 anos

Atual gerente de futebol do Glorioso teve complicações de uma cirurgia recente realizada no abdômen e morreu nesta quinta-feira (27) no Rio

Publicado em 27 de fevereiro de 2020 às 10:30

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Valdir Espinosa conquistou o Carioca de 89 pelo Botafogo e atualmente trabalhava nos bastudores do clube. (Vitor Silva)

O futebol brasileiro perdeu um de seus nomes mais emblemáticos. Valdir Espinosa não resistiu a.problemas respiratórios após uma operação no estômago e morreu nesta quinta-feira a 0,72 anos, no Rio de Janeiro. Ele havia licenciado o cargo de gerente de futebol de Botafogo para fazer uma cirurgia.

DO GRÊMIO AO ESPORTIVO: ESPINOSA NA LATERAL

Nascido em Porto Alegre no dia 17 de outubro de 1947, Valdir Atahualpa Ramires Espinosa deu seus primeiros passos como jogador no Grêmio em 1968. Inicialmente lateral-direito, Espinosa aos poucos foi o seguinte entre os titulares de equipe e teve como contemporâneos o zagueiro Ancheta, o meio-campista Tornio e os atacantes Flecha, Scota.

Deixou o Tricolor gaúcho e, em 1973, desembarcou no Vitória. No Leão da Barra, Espinosa foi comandado por Carlos Castilho (ex-goleiro e hoje nome do CT do Fluminense) e atuou tanto na lateral direita quanto na esquerda. O tempo baiano, que teve os atacantes André Catimba e Osni, forneceu o primeiro encontro com um dos seus grandes amigos no futebol: o meia Mário Sérgio, referência em Vitória e, posteriormente, foi comandado por Valdir Espinosa no Grêmio.

Em 1974, Espinosa voltou a mudar de área. Então, mandatário do CSA, Fernando Collor de Mello apresentou o lateral como uma das contratações de peso da equipe para a disputa do Campeonato Estadual. E não decepcionou: o Azulão do Mutange, que ainda era o zagueiro Walmir Louruz, as meias Soareste e Djair e os atacantes Misso e Ricardo, foi bicampeão alagoano.

Logo depois, Espinosa experimentou o outro lado da rivalidade alagoana, ao transferir-se para o CRB. No Galo da Pajuçara, teve como colegas ou goleiro César e o atacante Joãozinho Paulista e campeão estadual em 1976. Seu médico na época, Jorge Vasconcelos profetizou que, um dia, Valdir Espinosa se tornaria treinador.

De volta ao futebol gaúcho, ou lateralmente encerrou sua trajetória no esporte, onde atua por cerca de um ano antes de ir para a beira do gramado.

TOPO DO MUNDO

No ano de 1979, Valdir Espinosa começou sua trajetória como técnico no esporte. Com uma campanha avassaladora, o clube de Bento Gonçalves, que tinha entre suas promessas ou atacante chamado Renato Gaúcho, conseguiu sua melhor campanha no Gauchão: um vice-campeonato.

Valdir Espinosa morreu aos 72 anos e estava empolgado com a reformulação que o Botafogo desenvolve esse ano. (Vitor Silva/Botafogo)

Posteriormente, o treinador conquistou títulos estaduais na frente do Ceará, em 1980, e Londrina, em 1981. Em 1983, ele não entrou no Grêmio com uma missão árdua: levar uma equipe (que perdeu o título brasileiro no ano anterior para o Flamengo) à esperada conquista da América.

Tendo em sua seleção jogadores marcadores como o goleiro Mazaropi, o capitão Hugo de Leão, o zagueiro Baidek, ou meia Tita, os atacantes Cesar e Caio e o astro Renato Gaúcho, Espinosa liderada ou Tricolor gaúcho ao título. Caio e Cesar (que saíra do banco de reservas) decretaram o triunfo por 2 a 1 sobre o Peñarol, no Olímpico.

Meses depois, Valdir Espinosa levou o Grêmio ao maior título de sua história. Contando com o início de seu antigo companheiro de gramado Mário Sérgio e o atacante Paulo Cezar Caju e dois gols de Renato Gaúcho, ou Tricolor derrotou na corretora ou Hamburgo (ALE) por 2 a 1 e sagrou-se campeão dos Interclubes Mundiais.

Deixou o Olímpico no ano seguinte e teve uma passagem pelo Al Hilal, clube que não venceu o campeão saudita em 1985. Entretanto, em 1986 voltou ao Grêmio e conduziu a equipe a mais um título: o Campeonato Gaúcho. Na época, voltou ao comando Renato Gaúcho, Mazaropi, Baidek e Osvaldo e contou com novidades como o volante Bonamigo e o meio-campista Valdo.

ESPECIALISTA EM FIM DE JEJUM

No ano de 1987, Valdir Espinosa aceitou uma missão árdua: executar o comando do Cerro Porteño. Sucessor de Puskás na beira do campo, ele tenta tirar uma equipe de uma seca de nove anos sem títulos. Com uma campanha histórica (que venceu três turnos), ou o Ciclo sagrado-campeão de campeão brasileiro: o atacante Tarciso, com quem Espinosa trabalhou no Grêmio, decretou a vitória por 1 a 0 sobre a Libertad.

O elenco do Cerro ainda traz nomes como o goleiro Raúl Navarro, o zagueiro Rivarola, as meias García e Struway e o atacante Román, que marcaram a época no futebol paraguaio. Espinosa seguiu no clube até o fim de 1988, quando aceitou outro desafio.

De volta ao futebol brasileiro, Valdir Espinosa foi contratado para levar ou Botafogo com uma quebra de 21 anos de suas conquistas. Com um jogador de futebol envolvido, nenhum jogador destacou jogadores como o goleiro Ricardo Cruz, o lateral Josimar, os zagueiros Wilson Gottardo e Mauro Galvão, os volantes Luisinho e Carlos Alberto Santos e os atacantes Paulinho Criciúma e Maurício, uma equipe que foi até os mesmos.

A caminhada para o título ganhou mais força no confronto com o Flamengo: o Alvinegro perdeu por 3 a 1 até os 30 minutos do segundo tempo. Porém, um gol contra Gonçalves e um gol de Vitor garantiram ou empataram em 3 a 3. Nas finais diante do Rubro-Negro, após empatar sem gols no jogo de ida, como um Mazolinha cruzado para uma área e Maurício desviar para uma rede mantenha o título com um triunfo por 1 a 0 aos 12 minutos do segundo tempo. Era mais um fim de jejum nas mãos de Valdir Espinosa.

Meses depois, ele aceitou o convite para comandar o Flamengo, que demite Telê Santana devido a maus resultados no Campeonato Brasileiro. Entretanto, Valdir Espinosa não conseguiu fazer o tempo que Zé Carlos, Josimar, Leonardo e Renato Gaúcho "decolar", e ficou marcado por um jogo simbólico. Em Juiz de Fora, ele comandou o último jogo oficial de Zico pelo Rubro-Negro: o 5 a 0 sobre o Fluminense, não há Galinho marcado por falta.

Seguido na Gávea até 1990, mas não resistiu à campanha abaixo da média da equipe no Campeonato Estadual. Ainda nesse ano, retorne ao Botafogo no decorrer do Campeonato Brasileiro. No entanto, não levou uma equipe a boas campanhas nas edições de 1990 até 1991 (esta, disputada no primeiro semestre).

No ano seguinte, voltou ao Cerro Porteño e não demorou para saborear uma nova conquista. Tendo jogado como Raúl Navarro, Arce, Gamarra e Pablo Caballero à sua reserva, voltou a ser campeão paraguaio no clube no qual permaneceu até 1994.

DE VALDIR A VALDYR ESPINOSA: NUMEROLOGIA, ALTOS E BAIXOS

No entanto, uma volta ao Brasil foi marcada pelo insucesso. Carregado para substituir Vantuir Galdino no Atlético-MG, o técnico Valdir Espinosa não fez o "SeleGalo" funcionar. Uma equipe que reuniu astros como Renato Gaúcho, Neto, Gaúcho, Luiz Carlos Winck e Éder Aleixo deixou o desejo no início de 1994, um ponto de técnico que deixou o clube no segundo semestre.

Após passar por Palmeiras e Portuguesa, em frente ao Corinthians, Espinosa chegou à conquista do Troféu Ramón de Carranza, com uma equipe que tinha Alex Rossi, Alcindo e Marcelinho Carioca.

Em seguida, o treinador chegou ao Fluminense, comandou o Tokyo Verdy (JAP), Coritiba, Vitória, Atlético-PR e teve um retorno ao Botafogo. Na nova passagem pelo Tricolor das Laranjeiras, em 2004, a sugestão de uma numerologia e trocou a grafia de seu nome de Valdir para Valdyr Espinosa.

Em 2005, contabilizou como treinador mais uma conquista: levou o brasileiro de Iranildo e Marcelinho Carioca ao título do Campeonato Candango, com uma vitória de 3 a 0 sobre o Gama. Ainda passou por Fortaleza, Ceará, Santa Cruz e chegou a dois clubes: Flamengo e Cerro Porteño (PAR). Porém, não repetimos os mesmos feitos.

TRABALHOS EM OUTRAS FUNÇÕES

A partir de meados de 2006, experimente a primeira vez uma nova função: um coordenador técnico durante o período de Renato Gaúcho sem comando no Vasco. Meses após o treinamento sair da Colina, Espinosa voltou para a Cruz-Maltino, mas para comandar uma equipe na reta final do Campeonato Brasileiro de 2007.

Em 2008, Valdir Espinosa assumiu outra vez o posto de comandante da Portuguesa e fez o pedido inusitado de que a imprensa voltasse a grafia antiga de seu nome, pois "não ganha mais nada relevante". No ano de 2009, chegou a ser o auxiliar técnico de Renato Gaúcho no Fluminense.

Após um período como treinador no Duque de Caxias, chegou a ser comentarista da Rádio Globo, mas voltou à beira do gramado para comandar o Metropolitano-SC e a Las Vegas City (EUA). Em seguida, Valdir Espinosa assumiu postos em outros cargos nos clubes pelos quais passaram. No ano de 2014, voltou ao Esportivo como coordenador técnico.

Em 2016, foi anunciado para assumir a mesma carga no Grêmio e reencontrar o amigo de longa data Renato Gaúcho. Embora uma equipe tenha conquistado a Copa do Brasil e esteja em um bom momento na Copa Libertadores de 2017, Valdir Espinosa foi desativado em agosto, segundo ele, por "desavenças com direção".

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Havia voltado ao Botafogo em 2020 como gerente de futebol, carga qualificada se afastou em 14 de fevereiro por problemas de saúde. Ele estava no CTI nos últimos dias devido às complicações após uma cirurgia no estômago.

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