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Hoje no Vitória, Rafael Pernão relembra Fluminense e Manchester City

Hoje no Vitória, Rafael Pernão relembra Fluminense e Manchester City

Atacante de 26 anos é dos trunfos do Alvianil na Série D e revela que abriu mão de ir para o Tottenham para jogar no Tricolor

Publicado em 24 de maio de 2019 às 13:59

Rafael Pernão, atacante do Vitória Crédito: Vitor Jubini

O Vitória tem um jogo crucial para as suas pretensões na Série D. O Alvianil vai até o estádio Ronaldão, em Poços de Caldas, enfrentar a Caldense, que lidera do Grupo A12. E uma das apostas da equipe capixaba para voltar de Minas Gerais com o resultado positivo é Rafael Pernão, atacante de 26 anos que na década passada era tratado como uma das grandes joias do Fluminense.

O atacante chegou às categorias de base do Tricolor com 10 anos. Mas foi aos 16 que a carreira ganhou destaque. Após o título do Mundial de Clubes Sub-15 com o Fluminense, na Inglaterra, em 2008, o jogador foi convidado a retornar no ano seguinte para treinar em três dos maiores clubes ingleses: Manchester City, Tottenham e Chelsea.

"Em 2008, nós fomos campeões da Copa Nike, no Rio de Janeiro, e fomos disputar o Mundial, na Inglaterra. Lá, também fomos campeões. Quando voltamos para o Brasil eu recebi convites para treinar no Manchester City, Tottenham e Chelsea. Os treinos seriam no outro ano, em 2009. Eu fiquei uma semana treinando nos três clubes."

Com Rafael Pernão, o Fluminense foi campeão do Mundial Sub-15, na Inglaterra, em 2008 Crédito: Acervo pessoal

Conselhos do “Rei da Pedalada”

O período na Inglaterra - em especial no Manchester City - deu a Rafael Pernão a oportunidade de conhecer um dos principais jogadores brasileiros na época, o atacante Robinho.

"Foi muito bom conhecer o Robinho, a simplicidade dele. Eu fui para a casa dele, passei o dia lá. Ele sempre me aconselhava a ter alegria, jogar sorrindo, porque lá na Inglaterra o pessoal é muito sério, profissional, então, quando algum brasileiro dava um drible diferente, eles gostavam bastante."

Robinho e Rafael Pernão no Manchester City Crédito: Acervo pessoal

Além da experiência com um dos grandes craques do futebol brasileiro, Pernão relembra as principais diferenças que ele pôde enxergar entre os treinos praticados nos dois países.

"É muito diferente daqui. Lá eles são muito profissionais, muito dedicados no que fazem. Eles têm uma seriedade desde o bobinho até ao alongamento. Apesar da pouca idade, na época eu tinha apenas 16 anos, eu aprendi bastante."

Dos três clubes ingleses, apenas o Tottenham apresentou uma oferta oficial para permanecer com o atacante brasileiro. O sonho de vingar com a camisa do Fluminense, no entanto, fez Pernão recusar a proposta dos Spurs.

"O Manchester City não mandou proposta. O Tottenham me mandou uma proposta oficial para eu assinar, mas eu não quis para poder ficar no Fluminense e fazer carreira lá. Eu era cria do clube e o meu pai tinha o sonho de me ver jogando no profissional, e eu já estava lá com 16 anos. Eu tinha aquele sonho de menino de jogar no seu clube. No ano seguinte, o Deco veio para o Fluminense e o Chelsea pegou a prioridade de compra de 25% dos meus direitos por cinco anos. Eu acabei ficando no Fluminense, mas as coisas não aconteceram da forma que eu imaginava."

Problemas, lesões e a inevitável queda

Lesões e problemas pessoais fizeram com que a carreira da promessa tricolor não alçasse voos mais altos. Após a saída do Fluminense, o atacante rodou por diversos clubes do país até chegar ao Vitória, para a disputa da Série D.

"Do Fluminense eu fui para o Internacional, fiz dois anos de contrato, acabei treinando com o profissional, fazendo alguns jogos. Mas o segundo ano não foi bom, logo em seguida meu pai teve um AVC, eu voltei para o Rio de Janeiro e fiquei três meses com ele no hospital. Quando eu voltei para Porto Alegre eles me afastaram. De lá eu fui para o Madureira, onde machuquei o meu púbis e fiquei oito meses parado. A partir daí eu estou batendo em vários times."

Há poucas semanas em Vitória e com apenas dois jogos vestindo a camisa alvianil, Pernão diz estar se adaptando da melhor forma possível à cidade e ao clube.

Rafael Pernão em campo pelo Vitória diante da Caldense, no Kleber Andrade Crédito: Carlos Alberto Silva

"A minha adaptação está sendo boa. Os jogadores me receberam super bem. Eu nunca tinha vindo passear, que nem estou tendo a oportunidade. A cidade, de fato, é muito boa."

No sábado, o Vitória tem um confronto importante, visando a classificação para a próxima fase da Série D. O Alvianil vai até Poços de Caldas, em Minas Gerais, para enfrentar a Caldense. No último domingo, as duas equipes se enfrentaram, em Cariacica. Melhor para os visitantes, que venceram por 2 a 0. Segundo Pernão, a receita para surpreender a equipe mineira é entrar em campo com mais vontade e concentrado desde o primeiro minuto de jogo.

"A gente tem que ter um pouco mais de vontade, porque foi isso que eles tiveram mais do que nós no domingo. Entramos desligados e eles ganharam mais divididas do que a gente. Apesar de termos jogado mal, nós tivemos mais chances de fazer gols. Nós vimos o vídeo do jogo e tivemos mais oportunidades que a Caldense. Mas eu confio nos meus companheiros e no trabalho da comissão. Temos tudo para conquistar uma vitória sábado."

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