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Em livro, capixaba detalha a vida de uma mãe de jogador de futebol

Em livro, capixaba detalha a vida de uma mãe de jogador de futebol

Na obra "Mães de Jogadores, Filhos do Futebol", Rosana Maciel conta que abriu mão do trabalho para acompanhar o filho, e relata jornada

Publicado em 23 de novembro de 2018 às 18:29

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Por trás de cada jogador de futebol, seja de clube grande ou pequeno, há uma mãe que torce, aconselha, sente saudades, divide as angústias e multiplica as glórias. A capixaba Rosana Maciel seria mais uma no meio de milhares, mas acabou se tornando uma referência entre as mães da bola após, despretensiosamente, escrever o livro "Mães de Jogadores, Filhos do Futebol".

Rosana Maciel é autora do livro "Mães de Jogadores, Filhos do Futebol" . (Marcelo Prest)

Rosana é mãe do zagueiro Davi, hoje com 18 anos. Quando o filho ainda era bem pequeno, ela decidiu parar de trabalhar e se dedicar inteiramente ao Davi e ao sonho dele de ser jogador. O mundo do futebol gera curiosidade aos mais leigos. E de tanto ter que explicar para os amigos como é a dura vida da mãe e do atleta, Rosana resolveu resumir tudo o que já viveu: as mais de 150 páginas foram escritas em apenas 15 dias. Ela enviou a obra a alguns amigos e um em especial teve um olhar diferente.

“O livro estava pronto e mandei para o René Simões (ex-técnico de futebol), que é muito meu amigo. Depois de umas quatro horas ele disse: ‘Você vai ajudar muitas mães’. Eu havia escrito o livro para contar nossa história para pessoas mais próximas, já que todos queriam saber sobre o futebol, mas depois que li de novo vi que ele tinha toda razão."

Aspas de citação

Mães do Norte, do Sul, de todo o Brasil me procuram para dizer que se identificaram com o livro, viramos uma grande família, estamos na mesma batalha pelos nossos filhos

Rosana Maciel - Autora do livro
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A mamãe coruja viveu com o filho no Rio de Janeiro, quando ele atuava no Fluminense, e em Minas Gerais, quando o jogador vestiu a camisa do Cruzeiro. No livro, Rosana detalhou as aventuras do garoto nas categorias de base desses clubes e também reuniu relatos da vida dela morando nessas capitais. Tudo escrito de forma detalhada e bastante descontraída.

A ansiedade para saber se Davi passou em testes, as dificuldades de adaptação em uma nova cidade, os treinos exaustivos, as vitórias e derrotas, a decisão do treinador de deixá-lo como titular ou no banco de reservas, as indefinições do que vem pela frente… Em meio aos relatos, palavras de esperança para outras mães e recados para pessoas especiais que já passaram na vida dos dois.

“Eu virei uma espécie de espelho para elas, mesmo sem essa pretensão. Tem mães que sofreram mais do que eu, mas não escreveram livro. Não quero ficar famosa ou ganhar dinheiro, mas é legal esse movimento. Foi um tema inédito de livro e acabou caindo como uma luva. Todo mundo pede a segunda edição (risos).”

Rosana Maciel encerra o livro "Mães de Jogadores, Filhos do Futebol" com uma foto abraçada com o filho. (Reprodução)

Derrotas pelo caminho não desanimam

“O combustível do jogador é a dúvida”. Essa frase foi falada pelo amigo e ex-técnico René Simões e nunca mais saiu da cabeça de Rosana Maciel. E é pura verdade. No livro, a capixaba tenta passar para seus leitores a angústia do “amanh㔠no futebol.

Após um tempo sem saber qual seria o próximo clube, o zagueiro foi para o Avaí, em Florianópolis, e Rosana tomou a decisão de não acompanhá-lo. Ele morou em um alojamento enquanto a mãe e o pai permaneceram em Vitória. E com muita saudade. “Foi bom para ele amadurecer. É uma vida dura, mas ele foi e amou”, disse Rosana.

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E não foi só a saudade que machucou. As derrotas no caminho da bola também. Quando Davi ainda estava no Rio de Janeiro, um episódio marcou a vida dele e da mãe. “O Davi foi rotulado por ser educado demais, simpático, gentil a ponto de dizerem para ele ser mais frio e andar mais com os meninos mais humildes, de comunidades. Além disso, um goleiro na arquibancada uma vez comentou comigo que futebol é esporte de malandro, que meu filho deveria jogar na Europa. Eu não concordo com isso”.

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