Publicado em 26 de julho de 2020 às 10:05
- Atualizado há 5 anos
A diretoria do Flamengo, representada por Marcos Braz e Bruno Spindel, está na Europa atrás do substituto de Jorge Jesus, que deixou o clube rumo ao Benfica. Como o LANCE! informou na última sexta, os nomes de Domènec Torrent e de Carlos Carvalhal são os principais alvos neste momento, tanto que o fim de semana será de encontros entre a dupla da Gávea e os treinadores.>
Para saber mais sobre o espanhol Dome Torrent e o português Carvalhal - e seus respectivos trabalhos - o LANCE! ouviu a opinião de jornalistas estrangeiros que acompanharam a carreira de ambos. Confira abaixo.Norberto Lopes, do Jornal de Notícias, de Portugal>
Semelhanças e diferenças com Jorge Jesus>
"Carlos Carvalhal é um treinador que privilegia o futebol ofensivo. O Rio Ave, esta temporada, conseguiu aliar o bom futebol com bons resultados e conseguiu a melhor pontuação da história do clube no campeonato. E, além disto, garantiu um lugar na Liga Europa na próxima temporada.>
>
Carlos Carvalhal tem um estilo de personalidade diferente de Jorge Jesus. É mais calmo no banco. Mas é um treinador que tem um discurso muito fluente e é capaz de mexer com o estado de espírito da equipe e dos adversários nas conferências de imprensa, porque utiliza expressões muito curiosas e acutilantes.">
Trajetória no futebol e possibilidade de substituir o Mister>
"É um treinador que subiu a pulso desde os escalões mais secundários do futebol português até à primeira Liga. Há 18 anos, quando apenas tinha 37 anos, conseguiu algo de extraordinário: levou o Leixões, na altura no terceiro escalão do futebol português, à final da Taça de Portugal. Perdeu essa final por 1-0 frente ao Sporting. Nunca nenhuma equipe da terceira divisão portuguesa tinha chegado antes a uma final da Taça. Na temporada seguinte, o Leixões disputou as competições europeias e na primeira mão da primeira eliminatória venceu o PAOK, da Grécia, por 2 a 1. Sempre jogando bom futebol. >
Modelo de jogo favorito do espanhol>
"Domènec Torrent gosta de utilizar o 4-3-3, ainda que sempre diga que o futebol pode se jogar de mil maneiras, que sempre existem nuances. Com extremos, usando laterais que caem por dentro e apareçam na faixa central, o que parece ótimo, ou com extremos por dentro e os laterais por fora. O 4-3-3, de todas formas, é o esquema que mais utilizou desde que estava na terceira divisão, quando estava na moda o 4-4-2.>
Sua ideia também depende dos jogadores. Se têm as características adequadas, sempre é mais fácil de aplicá-las. Se não, pode usar a improvisação. Gosta de jogadores rápidos e fortes no mano a mano, que driblem. Os adversários muito fechados são um problema, e ele já os enfrentou um monte de vezes.">
Entendimento do futebol e forma de trabalho>
"É da "escola de Johan Cruyff" e gosta de um bom futebol, ter a bola, movê-la com dois toques e ser muito posicional, o que não significa ser estático. Obviamente, se puder marcar em três passes não é preciso que deem 20.>
Acredita que o futebol pertence aos jogadores, não aos técnicos. "Tem treinadores, como Pep, que melhora a todos, outros que não melhoram tanto e outros que, inclusive, pioram (os demais)", já disse. Dome põe o sistema a serviço dos jogadores. O 4-3-3 serve contra todos sistemas, mas um 5-3-2 também. Aprendeu muito com o Pep, ao vê-lo fazer mudanças táticas que lhe eram inimagináveis. É um ganhador nato. Quer vencer sempre e se irrita caso não consiga, sobretudo se sua equipe não joga bem. E sempre busca a explicação para tal. >
Estilo de jogo e relação com os atletas>
"Estilo de jogo privilegia a posse de bola numa construção de jogo apoiado que ataca em 3-5-2 e defende em 4-3-3, mas tendo uma grande variedade tática e muitas mudanças de jogo para jogo, encara todos os adversários olhos nos olhos mesmo jogando contra equipes maiores.>
A relação com os jogadores é boa e com o devido distanciamento, até porque mesmo com a equipe a ganhar não tem problemas em trocar jogadores de um jogo para o outro, no banco não tem comparação com Jesus, é muito mais calmo.">
Trajetória no futebol e possibilidade de substituir o Mister>
"Nunca esteve na forja para dirigir um clube grande que eu saiba para além da sua passagem no Sporting, sempre dirigiu equipes de menor expressão porque a passagem no Sporting correu mal e os seus trabalhos não tiveram nenhuma época excepcional. Faltou alguma dimensão para atingir outro patamar.>
Penso que fez um trabalho de grande qualidade no Rio Ave e está preparado no plano técnico e tático para assumir o Flamengo, mas tenho muitas dúvidas que tenha capacidade para a pressão de liderar um clube tão grande, a começar pela imprensa.">
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta