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De olho em nova concessão da FCA, VLI busca conexões com portos do ES

De olho em nova concessão da FCA, VLI busca conexões com portos do ES

Empresa prevê investimentos na malha ferroviária visando o aumento da demanda de escoamento de cargas nos portos capixabas

Publicado em 31 de março de 2023 às 14:00

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VLI e Vports assinaram memorando para estudar melhorias na ligação entre os dois modais
VLI e Vports assinaram memorando para estudar melhorias na ligação entre os dois modais . (Vports/ divulgação)
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Com o processo de renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) em negociação junto ao governo federal, a VLI já prevê investimentos na malha e também fora dela com a prorrogação do contrato, visando o aumento da demanda de escoamento de cargas. Uma das frentes que a empresa tem trabalhado é para ampliar parcerias com portos capixabas.

De olho na renovação do contrato, a companhia firmou recentemente um acordo com a Vports (antiga Codesa, agora privatizada) para elaboração de estudos para obras de melhoria dos acessos ferroviários internos e externos do Porto de Vitória, na ordem de R$ 200 milhões.

Por outro lado, a empresa também já tem visto oportunidades e conversado com outros portos privados no Espírito Santo, como é o caso de Portocel, que vem diversificando e ampliando sua operação em Aracruz, e o futuro porto da Imetame, em obras na mesma cidade.

Hoje, a VLI já traz para o Espírito Santo produtos agrícolas, alimentícios, siderúrgicos, fertilizantes, carvão e toras de madeira, por exemplo, usando o Corredor Centro Leste, que passa pela FCA e pela Estrada de Ferro Vitória a Minas. Esses produtos são escoados através de portos capixabas, como Tubarão e Portocel.

O corredor é visto com importância pela companhia, uma vez que detém 46% do volume total transportado pela VLI. São transportados para o Espírito Santo 25 milhões de toneladas anuais de produtos através do sistema, sendo que 15 milhões de toneladas são exportadas ou importadas.

Dessa forma, o corredor terá atenção especial e receberá mais investimentos com a prorrogação da concessão. Uma das possibilidades é o estudo de viabilidade de um ramal ferroviário ligando Pirapora a Unaí, em Minas Gerais, que deve fazer com que mais cargas do agronegócio cheguem aos portos capixabas.

Já no Espírito Santo, segundo o gerente de Desenvolvimento de Negócios e Projetos Estruturantes da VLI, Rafael Zanon, a VLI tem buscado sinergia de operação ferroviária-portuária e vai investir em “modelos fluidos e competitivos”. Ele cita a parceria com a Vports: “A capacidade portuária tem grande importância em qualquer corredor. No Corredor Centro Leste, a VLI fomenta isso. Firmamos a parceria com a Vports para estudar e buscar destinar cargas do modal ferroviário também para o Porto de Vitória, e ter novas oportunidades com isso.”

Zanon comenta que, além das cargas já movimentadas escoadas pelo Estado hoje (a maioria pelo Complexo de Tubarão), a parceria no Porto de Vitória pode resultar em novas oportunidades para a empresa e para o sistema portuário do Estado. “Ter uma ferrovia que chega no porto é interessante, pois amplia a competitividade do produto no mercado”, ressalta.

A ideia, de acordo com Zanon, é que a VLI faça melhorias na conexão da ferrovia com o porto. “Teremos um período de estudo até ter todos os projetos prontos. Pode ser aquisição de mais material rodante, ampliação de pátio, para, então, avaliar e executar tudo isso conjuntamente”, comenta.

Conexão ferrovia e porto reforça parceria entre Espírito Santo e Minas Gerais
Conexão ferrovia e porto reforça parceria entre Espírito Santo e Minas Gerais. (Gustavo Andrade/ VLI/ Divulgação)

O diretor-presidente da Vports, Ilson Hulle, explica que o estudo contempla melhorias nos ramais internos do terminal, capacidade de píeres – envolvendo berços, calado e equipamentos, entre outros aspectos – e sistemas de carregamento, descarregamento e armazenagem estática das cargas a serem movimentadas.

“A gente quer trazer de volta a estrutura que já tivemos no porto para operar mais com produtos agrícolas, granéis vegetais e fertilizantes. Temos uma obra importante a ser feita, de todos os ramais ferroviários do porto, e por isso começamos a conversa com a VLI que resultou nessa parceria”, afirma.

Hulle detalha que o projeto é estimado na casa de R$ 200 milhões, com projeção de incrementar 5 milhões de toneladas em cargas na movimentação do porto.

“No pacote de obras que vamos fazer, vamos atacar também o problema dos silos. A estrutura de armazenagem do porto existe, é robusta, mas está há cinco anos abandonada por problemas que deixaram a estrutura inutilizada. E vamos reformar a infraestrutura portuária para receber navios um pouco maiores”, diz.

Parceria com outros portos

Além do Porto de Vitória, a VLI vislumbra oportunidades em outros terminais do Espírito Santo, que vive uma fase de expansão do seu sistema portuário. Rafael Zanon cita como exemplo o porto da Imetame, que vai movimentar cargas gerais em Aracruz.

“O porto da Imetame é um porto greenfield e parece ser uma opção favorável para a gente. Estamos estudando isso com olhar técnico, vendo que tipo de convergência e parcerias podemos buscar”, observa. Zanon explica que esse movimento se deve ao fato de que a VLI tem no seu DNA o desenvolvimento de novos negócios. “A companhia está sempre mapeando e entendendo novas oportunidades (renovação da FCA, LabCerrado), analisando estruturas e o potencial delas”.

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