Museus, escolas e universidades de Londres, na Inglaterra, estão no roteiro dos ganhadores do Prêmio Shell. É uma viagem educativa, que proporciona um mergulho na área científica, e, para muitos, oportunidade única de aprimorar o conhecimento em uma experiência internacional. Para concorrer, o candidato precisa cumprir algumas etapas simples.
A premiação, criada em 2014, é destinada a professores da rede pública das disciplinas de Ciências, Matemática, Física, Química e Biologia, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, que devem expor um modelo de experiência educativa para participar da seleção.
Nesse projeto, que deverá ser descrito em seis páginas, o educador vai apresentar o objetivo da experiência, no qual explicará os motivos para a sua realização. Esse item deve ter, no máximo, três parágrafos.
O professor precisará relacionar ainda os objetivos da aprendizagem, ou seja, o que espera que os alunos aprendam com a experiência educativa desenvolvida. A sugestão é para listar os pontos em tópicos.
Também será necessário informar a abrangência do projeto, indicando o número de alunos e turmas contemplados, e a metodologia utilizada. Neste quesito, é preciso descrever como ocorreu a experiência educativa, explicando as fases do trabalho e apontar, se houver, materiais pedagógicos ou outros recursos e suas relações com os objetivos de aprendizagem.
No caso de a turma ter alunos com necessidades educacionais especiais, o candidato precisará detalhar as adaptações realizadas para inclusão desses estudantes.
Ao final, o professor vai fazer uma avaliação do processo de aprendizagem, relatando como foi verificado o desempenho dos alunos. Caso seja do interesse do candidato, podem ser incluídos materiais como fotos e gráficos para compor a apresentação da experiência educativa, desde que respeitado o limite de seis páginas.
É importante ressaltar que, para ser considerado na seleção, o projeto precisa ter sido desenvolvido com os estudantes em pelo menos quatro encontros, presenciais ou virtuais.
As categorias são ensino fundamental II e ensino médio e, em 2020, haverá uma premiação especial para experiências que tratem da Covid-19. As inscrições podem ser feitas até o dia 25 de outubro, no site do Prêmio Shell, que também tem todo o regulamento do processo de seleção.
Vencedora da edição de 2018 no ensino médio, a professora de Química Júlia Raquel Peterle Monteiro de Barros era uma entusiasta do Prêmio Shell, mesmo antes de ter sido contemplada, e incentiva a participação dos colegas.
Ela conta que, quando decidiu participar, sua intenção era dar mais visibilidade a projetos que desenvolvia com os alunos. Naquele ano, a experiência foi a de trabalhar o tratamento de resíduos sólidos na água contaminada pela barragem de Fundão, no desastre ambiental de Mariana (MG). Em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), criaram um produto para tratar a água.
Ao me inscrever, eu quis romper os muros da escola, como forma de divulgação científica para motivar os alunos e eles se engajarem ainda mais, e para trabalhar com metodologias ativas, tendo o aluno como o protagonista de todo o processo. E eu, ali, apenas como a mediadora, a mentora, pontua.
Júlia lembra que toda a jornada para a construção do projeto foi muito marcante, e bastante curtida por ela e pelos alunos. Depois, ainda ser reconhecida por esse trabalho, foi mais um incentivo para continuar promovendo uma educação pública de qualidade.
Sou muito grata a tudo o que o Prêmio me proporcionou. A viagem a Londres foi indescritível. Profissionalmente, existe a Júlia antes e depois do Prêmio. Então, professores de Ciências da Natureza, inscrevam seus trabalhos porque esta é uma oportunidade única de aprimoramento, valoriza.
Além da viagem, também é concedida uma premiação em dinheiro, variando de R$ 4 mil a R$ 8 mil, a depender da colocação. As escolas onde atuam os vencedores recebem equipamentos.
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