Publicado em 19 de setembro de 2025 às 00:00
Após cinco anos de paralisação em razão do rompimento da barragem de Fundão, a Samarco iniciou a retomada das operações em dezembro de 2020. Hoje, a mineradora opera com 60% da capacidade produtiva instalada e tem como meta chegar a 100% até 2028, com a segurança e sustentabilidade como base do modelo operacional.
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Isso porque, segundo a empresa, a retomada foi marcada por mudanças operacionais profundas. Desde então, a Samarco não utiliza mais barragens de rejeito e tem duas destinações para o rejeito gerado após o beneficiamento do minério de ferro.
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A primeira é a tecnologia de empilhamento a seco, usada para 80% do material, que é arenoso. Os 20% restantes do rejeito são compostos por ultrafinos dispostos na cava Alegria Sul, uma estrutura rochosa e confinada, resultante da lavra do minério e localizada no Complexo de Germano, em Minas Gerais. >
A Samarco conta que obteve a Licença de Operação Corretiva (LOC), necessária para a volta das operações, em outubro de 2019, mas optou pela retomada apenas após concluir a implementação da planta de filtragem de rejeitos, que possibilita o empilhamento a seco.>
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Esse novo modo de operar faz parte do projeto de retomada da capacidade total, que pode atingir um investimento da ordem de R$ 13 bilhões.>
Como parte do projeto, a mineradora também reativou concentradores, plantas de filtragem e usinas de pelotização em Minas Gerais e no Espírito Santo. Para alcançar os atuais 60% da capacidade instalada, foram investidos R$ 1,6 bilhão, com a geração de 3 mil postos de trabalho – e o retorno, segundo a empresa, tem sido positivo.>
Afinal, de acordo com o diretor de Operações da Samarco, Sérgio Mileipe, a produção anual em 2025 deve chegar a 15 milhões de toneladas de finos e pelotas de minério de ferro.>
“De maio a junho, tivemos uma produção recorde de 3,9 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro, o melhor resultado e o maior volume desde a retomada operacional. Essa produção representou um crescimento de 91% na comparação anual e de 22% frente ao 1º trimestre deste ano, que tinha sido de 3,2 milhões de toneladas”, pontua.>
Além disso, desde a retomada, em 2020, a empresa já recolheu mais de R$ 6 bilhões em tributos entre Minas Gerais e Espírito Santo, além de movimentar cadeias locais com contratação de fornecedores e geração de emprego e renda.>
A Samarco ressalta que também tem feito a gestão dos recursos hídricos de forma mais sustentável. Um desses exemplos é a filtragem da água nas usinas após o beneficiamento do minério de ferro.>
Nesse ciclo, primeiramente, o rejeito arenoso é filtrado; depois, é filtrada a água que transporta o rejeito no mineroduto até o Complexo de Ubu, em Anchieta. A água resultante desses processos de filtragem é tratada e usada no processo produtivo da empresa que, atualmente, possui uma taxa de recirculação de água próxima a 90%.>
O caminho do minério é extenso, e todo o processo produtivo da Samarco tem início no Complexo de Germano, em Minas Gerais, onde são realizadas a extração e o beneficiamento do minério de ferro. >
De lá, o produto segue por diferentes etapas até chegar ao Espírito Santo, no Porto de Ubu, em Anchieta, onde ocorre a pelotização (transformação do minério de ferro em pelotas) e o embarque do produto final para os clientes. Para que essa jornada tenha sucesso, são diversas equipes, tecnologias e processos envolvidos, o que torna a integração essencial para garantir que cada fase aconteça como o planejado.>
Assim, a Samarco criou o Centro de Operações Integradas (COI), com unidades em Germano (MG) e Ubu (ES), que conecta em tempo real todas as etapas da cadeia produtiva, da mina ao porto. A integração garante maior precisão na análise de dados, melhora a tomada de decisões e fortalece o monitoramento ambiental, aumentando a eficiência e a segurança.>
Nestes locais, estão reunidas todas as salas de controle. Além disso, na base do ES, o COI reúne as áreas de recebimento de polpa de minérios, filtragem, pelotização, forno, estocagem e embarque de navios, o que garante uma visão global do processo produtivo.>
Para completar, a empresa também destaca seu Sistema Integrado de Segurança, que inclui o Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI). “O CMI conta com mais de 2 mil equipamentos instalados, assegurando o monitoramento contínuo, sete dias por semana, 24 horas por dia. A tecnologia do CMI atua de forma integrada à equipe técnica, complementando seu trabalho com dados precisos e recursos que apoiam a tomada de decisão”, conta Mileipe.>
O diretor de Operações acrescenta que a segurança das estruturas geotécnicas da empresa segue normas e padrões internacionais. “Nossos processos contam com regulamentação da Resolução da Agência Nacional de Mineração (ANM) nº 95 e do Global Industry Standard on Tailings Management (GISTM), que estabelece requisitos abrangentes não apenas para a gestão de rejeitos, mas também para responsabilidade social, relações institucionais, legislação e governança corporativa”, afirma.>
A Samarco já estabeleceu os próximos passos para atingir os 100% de capacidade no prazo planejado. Para isso, o projeto contempla a reativação da Usina de Beneficiamento 1 e a instalação do Sistema de Filtragem 3 no Complexo de Germano, em Minas Gerais, e reativação das Usinas de Pelotização 1 e 2, em Ubu, no Sul do Espírito Santo. >
Mileipe acrescenta que também estão sendo considerados investimentos em mais uma estrutura de disposição de estéril e rejeitos, mantendo o modelo de disposição atual por meio do sistema de filtragem para empilhamento a seco, sem a utilização de barragem de rejeitos na operação.>
“Trabalhamos para que os próximos marcos sejam a retomada de 100% da capacidade produtiva em 2028 e a conclusão da reparação, conforme o Novo Acordo do Rio Doce”, finaliza.>
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