Publicado em 26 de setembro de 2025 às 00:00
O rompimento da barragem de Fundão, no Complexo de Germano, em Mariana (MG), em 5 de novembro de 2015, teve impacto direto na Bacia do Rio Doce. Desde então, a reparação vem sendo construída em diferentes etapas, agora consolidadas no Novo Acordo do Rio Doce, homologado pela Justiça Federal em novembro de 2024. >
O documento, assinado pela Samarco, suas acionistas Vale e BHP, além da União, governos estaduais e órgãos de Justiça, estabelece um valor global de R$ 170 bilhões para a reparação definitiva.>
Desse total, R$ 38 bilhões já haviam sido aplicados até setembro de 2024 pela Fundação Renova — atualmente em liquidação. Outros R$ 100 bilhões serão repassados ao longo de 20 anos pela Samarco ao poder público , com foco em financiar políticas públicas em áreas como saúde, educação, infraestrutura e recuperação ambiental.>
Os R$ 32 bilhões restantes são para ações de responsabilidade direta da Samarco e estão sendo destinados ao pagamento de indenizações, reassentamentos e ações de recuperação ambiental nas regiões da Bacia do Rio Doce, tanto em Minas Gerais quanto no Espírito Santo.>
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“Mais do que uma obrigação legal, o Novo Acordo do Rio Doce é uma manifestação do compromisso da Samarco com a conclusão definitiva da reparação, com segurança jurídica e transparência em todo o processo”, afirma Gustavo Selayzim, diretor Financeiro, Estratégia, Suprimentos e Reparação na Samarco.>
Com o Novo Acordo, a Samarco assumiu integralmente a gestão das indenizações individuais e dos auxílios financeiros. O documento também criou duas novas iniciativas: o Programa Indenizatório Definitivo (PID), que concede R$ 35 mil em parcela única aos moradores e empresas que atendam aos critérios de elegibilidade, e o Sistema Agro e Pesca, voltado a agricultores familiares e pescadores profissionais, com indenizações no valor de R$ 95 mil. Todos os atendimentos sejam concluídos até dezembro de 2026.>
"Pagamos mais de R$ 13,5 bilhões em indenizações individuais e auxílios financeiros em apenas dez meses da homologação do Novo Acordo, até 19 de setembro de 2025. Desse total, aproximadamente R$ 8,4 bilhões foram destinados ao PID, que já contabilizou mais de 327 mil requerimentos, cerca de 287 mil acordos firmados e, aproximadamente, 230 mil pagamentos em execução”, explica Selayzim.>
Também foram estabelecidos novos fluxos de atendimento para programas já existentes, como Lucros Cessantes, Dano Água, , Novel, Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) e o Auxílio de Subsistência Emergencial (ASE), destinado a povos indígenas e comunidades tradicionais. O Sistema PIM-AFE foi implementado para indenizar quem exercia atividade formal à época do rompimento.>
Na área habitacional, os novos distritos são uma realidade. Novo Bento Rodrigues e Paracatu, em Mariana (MG), estão 100% concluídos, com 389 imóveis prontos, entre casas, comércios, bens privados e equipamentos públicos, como escolas, postos de saúde e praças. >
Atualmente, permanecem em execução seis imóveis adicionais, definidos pelos próprios moradores de Novo Bento Rodrigues após a assinatura do Novo Acordo do Rio Doce. Como parte do Acordo, as famílias puderam escolher entre reconstrução em novo distrito, aquisição de imóvel em outra localidade ou compensação financeira.>
Em paralelo, a recuperação ambiental da Bacia do Rio Doce segue como outro pilar central do Acordo. A meta estabelecida é reflorestar 50 mil hectares e recuperar 5 mil nascentes. Até agora, mais de 41 mil hectares já foram cercados e protegidos e 3,8 mil nascentes foram recuperadas.>
Além disso, dois programas de monitoramento ambiental acompanham a qualidade da água e do sedimento da bacia, com dados públicos e acessíveis no Portal do Monitoramento Rio Doce.>
“A Samarco também protocolou, em julho, o Plano de Recuperação Ambiental (PRA) junto às governanças dos Estados e da União, incluindo órgãos ambientais. O PRA reúne todas as ações previstas no acordo, fundamentais para a recuperação do meio ambiente, da flora e da fauna impactadas pelo rompimento”, acrescenta Selayzim.>
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