Publicado em 26 de agosto de 2025 às 16:42
Em 2025, a Samarco completa 48 anos de história em meio a um momento de retomada e transformação. A mineradora brasileira, que tem as pelotas de minério de ferro como principal produto e é controlada em partes iguais pelas empresas BHP e Vale, passou por um momento de revisão de práticas desde o rompimento da barragem de Fundão, na cidade de Mariana (MG), em 2015. >
O acontecimento, que paralisou operações da empresa por cinco anos, trouxe à Samarco um ponto de inflexão. A história da companhia tem um antes e um depois do rompimento, que exigiu o compromisso com a reparação, aliado a uma retomada com foco em segurança e sustentabilidade.>
Logo após o rompimento da barragem e ao longo da última década, a Samarco assumiu as ações de reparação e compensação dos danos. Entre 2016 e 2024, esse processo foi conduzido pela Fundação Renova, atualmente em processo de liquidação.>
Para dar continuidade às iniciativas, no ano passado, o STF homologou o Novo Acordo do Rio Doce, por meio do qual a Samarco assumiu a responsabilidade de concluir definitivamente as indenizações individuais, reassentamentos e a conclusão da recuperação ambiental.>
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O acordo também prevê medidas estruturantes de políticas públicas, sob gestão do poder público, financiadas por repasses da empresa que somam R$ 100 bilhões. Até setembro de 2024, R$ 38 bilhões já haviam sido destinados pela Fundação Renova, e, no total, a Samarco destinará R$ 170 bilhões para a reparação definitiva da Bacia do Rio Doce.>
A mineradora retornou suas atividades em dezembro de 2020 com novidades nas operações: sem o uso de barragens de rejeitos, com novas tecnologias de filtragem e empilhamento a seco, alocação de resíduos ultrafinos em cavas confinadas e uma gestão cultural voltada para valores como integridade, respeito e responsabilidade. >
A retomada operacional começou de forma gradual, com 26% da capacidade produtiva no ano inicial. No final de 2024, a empresa já havia alcançado 60%, antecipando seu planejamento inicial e, agora, o objetivo é atingir 100% até 2028, seguindo critérios rígidos de segurança.>
O diretor de Operações da Samarco, Sérgio Mileipe, pontua que, nesse processo de retomada, a mineradora tem se dedicado à reconstrução da confiança e fortalecimento de seu relacionamento com as comunidades, além de investir em iniciativas estruturantes que garantem uma operação mais segura e sustentável.>
“Desde o rompimento da barragem de Fundão, um marco que lamentamos e que jamais será esquecido, pautamos nossas ações guiados pelas lições aprendidas, pelo compromisso com a reparação e pela busca de uma mineração diferente, com novas práticas e inovações que reforcem a segurança”, afirma.>
A Samarco conta com um modelo de operação que vai da mina ao porto, com atividades distribuídas entre o Complexo de Germano, em Mariana e Ouro Preto (MG), e o Complexo de Ubu, em Anchieta (ES). Nessas unidades, são realizadas as etapas de extração e beneficiamento do minério de ferro, transformação do produto em pelotas e a exportação por meio de porto próprio. Os dois complexos são interligados por minerodutos com aproximadamente 400 quilômetros de extensão cada, o que garante eficiência logística.>
De uma ponta a outra, várias equipes e áreas atuam em momentos diferentes. Para garantir a integração das diferentes fases de produção, a Samarco implementou o Centro de Operação Integradas (COI). Atualmente, a empresa conta com uma sala integrada no Complexo de Germano e outra em Ubu, conectando o trabalho entre as equipes dos dois estados e fortalecendo o monitoramento de diferentes parâmetros do processo.>
No início de agosto, a 2ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte encerrou o processo de recuperação judicial da Samarco. A medida, para a empresa, marca um passo relevante na trajetória de reestruturação da mineradora, que conseguiu reorganizar passivos superiores a R$ 50 bilhões junto a aproximadamente 10 mil credores. >
De acordo com Mileipe, a conclusão da recuperação judicial permitiu o reequilíbrio econômico-financeiro e consolidou bases sustentáveis para a retomada de 100% da capacidade produtiva em 2028 e a conclusão da reparação, conforme o Novo Acordo do Rio Doce.>
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