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Empreendedores de Cachoeiro buscam alternativas para superar crise

Empreendedores de Cachoeiro buscam alternativas para superar crise

Mesmo diante de todas as limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus, empreendedores conseguem tirar planos do papel e realizar investimentos

Publicado em 4 de junho de 2021 às 18:49

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Ronaldo Zardos Júnior também reacendeu a luz do empreendedorismo
Ronaldo Zardos Júnior também reacendeu a luz do empreendedorismo. (Agencia Conteudo)

Alguns empreendedores de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, estão indo na contramão da maioria, em relação aos passos dados nos negócios durante a pandemia da Covid-19. Eles estão buscando alternativas para superar a crise e uma delas é continuar investindo em seus sonhos.

O empresário Ronaldo Zardo Junior, de 28 anos, é proprietário de um bar em Cachoeiro, que neste ano completa cinco anos de funcionamento, e mesmo com um longo período de portas fechadas para receber o cliente, manteve a mente aberta para pensar em soluções que suprisse toda a perda causada pela pandemia.

“Essa pandemia trouxe um impacto muito grande. Sempre cuidamos da nossa estrutura para o atendimento presencial, que era o nosso foco, então, no começo foi um baque. Para amenizar, implantamos o delivery e criamos produtos específicos - alguns permanecem até hoje no cardápio. Agora, recentemente, abrimos uma hamburgueria somente delivery, mas também estamos preparando o salão para quando puder reabrir”, explicou Ronaldo.

Segundo Junior, enquanto estavam atendendo somente no delivery, o faturamento caiu em 85%. Agora, com a flexibilização e a possibilidade de receber alguns clientes, a redução está em 65%. “A situação ainda é um pouco ruim, mas bola pra frente. Aprendemos que não podemos ficar parados. Tem sempre que se inovar, buscar coisa nova pra não ficar pra trás e tentar adequar o produto à necessidade do cliente, além de criar demandas novas”, disse o empresário.

Outro fator que o empreendedor destaca diante das crises é o aprendizado. No caso dele, ele identificou que alguns de seus gastos podiam ser reduzidos, sem alterar a qualidade do seu produto. “Aprendi uma readministração da parte de custos e despesas. Às vezes quando a casa dá muito movimento, a gente deixa passar algumas coisas e não liga para algum custo. Agora com essa redução, aprendi que primeiro precisa comprar bem, economizando bem, para ter um bom lucro no final.”

Mesmo com todas as dificuldades, Ronaldo garante que não pensa em parar de empreender. A dica que ele deixa é focar no objetivo, mesmo quando as pessoas ainda não acreditam.

“Eu não consigo me ver fazendo outra coisa além de empreender. E isso a gente faz de qualquer lugar, inclusive de casa. Empreendedorismo é chorar e ficar alegre, tudo no mesmo dia. É levar várias não e, às vezes, o não vem das pessoas de perto. Lembro que quando comecei, eram as pessoas de fora que vieram primeiro, depois vieram os amigos e os familiares, mas você tem que acreditar no sonho. Tem que estar focado no objetivo e ir. Pode ouvir as pessoas, mas filtra o que cada um diz e analisa. O sonho é seu,” finalizou Junior

AMPLIOU NEGÓCIO NA PANDEMIA

Quem também fortaleceu seu empreendimento durante a crise do novo coronavírus foi o Bruno Oakes, de 24 anos. Ele é dono de uma loja de roupas masculinas e foi durante a pandemia que fez o maior investimento no seu negócio.

Bruno Oakes fez investimentos em seu negócio durante a pandemia
Bruno Oakes fez investimentos em seu negócio durante a pandemia. (Agencia Conteudo)

"Eu tinha um espaço em casa para atender meus clientes, mas não estava dando conta da minha demanda. Eu até tinha a pretensão de construir ao lado, mas, surgiu a oportunidade de abrir um ponto na área comercial da cidade. E como eu sempre tive um sonho de trabalhar com minha mãe que era gerente de loja, vi a oportunidade. Por causa da pandemia eu consegui uma linha de crédito favorável, que era algo exclusivo do período da pandemia. Assim montei a loja para trabalhar com minha mãe. Meu cunhado também veio junto ao projeto", contou Bruno.

O empresário lembra que nem todos os momentos foram fáceis, mas que sempre procurou olhar as coisas pelo lado positivo.

"No começo da pandemia eu acho que todo mundo parou pra refletir, porque as vendas caíram muito e isso assustou, mas a gente tem que trabalhar e vê o lado bom, porque sempre tem algo que possamos aprender. Eu sou muito sonhador e caí de cabeça nesse ponto que surgiu. Acreditava muito no nosso trabalho, sempre prezamos pelo atendimento de excelência e buscamos que esse sonho se tornasse realidade", afirmou Oakes

O jovem empreendedor explicou ainda que mesmo em momentos de crise, quem não se atualizar, não buscar aprender coisas novas e evoluir no ramo que atua, acaba ficando para trás. "A lição que eu tiro é não ficar parado, é estar em constante mudança e aprendizado. Eu comecei a vender roupa há 3 anos e meio, depois de trabalhar no setor administrativo e não me sentir feliz. Era muito tímido e não me imaginava no comércio, mas peguei mil reais emprestado e comprei roupa para revender. Depois pedi conta e peguei o dinheiro para investir mais no cômodo que usava como loja em casa. Foi aos poucos, mas consegui", disse Bruno.

Para quem também sonha em tirar planos do papel, o empreendedor reforça que não é fácil, mas que sempre é tempo de realizar os sonhos.

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"A minha dica é não esperar o momento certo, porque as pessoas esperam muito e a vida está passando. Eu penso muito no hoje porque a vida é um sopro. Temos que buscar o que gostamos de fazer e ser feliz. Fácil não é. Wuem falar que empreender é fácil, é mentiroso. Isso demanda muita energia. É uma entrega da gente. Tem que ter coragem e perspectiva para ver o lado bom. E trabalhar muito. Tem gente que acha que ser dono é trabalhar pouco, mas não é. Tem que buscar sabedoria, inovar e buscar ser o melhor e não ser só mais um no mercado", concluiu Oakes.

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