Esta publicação é parte de um testemunho poético e profético, publicado em 2003, em um livro do pastor, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras, Carlos Nejar.
Este artigo é parte de um testemunho publicado em 2003 em livro do pastor e membro da Academia Brasileira de Letras, Carlos Nejar
O Pastor pregava sobre o corpo da Igreja, que são os fiéis da terra, os que adoram o Deus vivo, em Espírito e Verdade. Um corpo só e um só Espírito. Prevendo generoso avivamento pelos ramos da árvore, para que não ocorra conosco que, ao pensar lutar com homens, estejamos combatendo a obra de Deus. E o que dizia às ovelhas tinha chamas com água dentro. E Deus estava com ele.
Bem-aventurados sereis quando vos odiarem, e quando vos expulsarem, vos injuriarem e rejeitarem os vossos nomes como indignos por causa do Filho do Homem. Folgai nesse dia, exultai, porque grande é o vosso galardão no céu. Pois assim fizeram os seus pais para os profetas. Essas palavras, que também habitaram a pregação do Pastor, ficavam reboando. E se a morte foi vencida pelo Cordeiro, como Jonas do ventre do Peixe, um dia emergiremos. A luz não é sozinha. E se não bebermos escuridão, a alma jamais se tornará escuridão. E Letícia me observou:
A treva é a aterradora nostalgia da luz!
E o gênero humano eu disse não pode crescer sem ela.
Não cresce! E o nosso tesouro é povoado de passarinhos, pois o fariscam antes de todos. Outras vezes, apenas sabemos o que temos Letícia salientou.
E bebemos a água da salvação, a que podemos beber mais de duas vezes no mesmo rio acresci. Em outro culto a que assistíamos, os olhos do Pastor, embevecido, caíram na Carta de Paulo aos Efésios (5:14), que leu, falando grosso, possante: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará. E continuou ganhando velocidade, aos poucos, enquanto lá fora a água barulhava, a perna da chuva engrossando, como a voz do pregador. Quando a perna da chuva caminhava, o céu caminhava. Há os vivos-mortos e os mortos-vivos. Aqueles morreram para o mundo com Cristo e com Ele viverão. Esses estão na morte adormecidos e não sabem. São mortos que só na aparência respiram. São almas mortas dos vivos. E Deus tira leite de pedra, tira pedra do leite, tira leite da chuva. E os que crerem Nele, ainda que mortos, viverão. E a palavra revelada acorda os que dormem. E é a voz do Espírito nesta hora: Levanta-te! Levanta-te! Levanta-te e anda! O ato de agir é palavra. Levanta-te e resplandece, já vem a tua luz e a glória do Senhor está nascendo sobre ti. E o Rei, em breve, virá! Os fiéis eram arrastados pela voz esfuziando com as trovoadas. E o povo ouve os ocultados sentidos e se guia pelos sinais. O Espírito não mente, o esquecimento sim. E palavra puxa sonho, puxa pássaros, puxa serões de lume, puxa a memória, puxa e acalma a tempestade. A palavra puxa Deus.
Letícia e eu escutamos e vimos. A chuva parou de respirar no som da noite. E a palavra puxa a noite. Aonde iremos nós? A palavra nos puxa também e somos serenados.
A minha memória está repleta de pássaros. E não é uma árvore, é um ninho na rocha falou Letícia.
A rocha perguntei não é a memória dos pássaros?
Letícia confirmou, ajuntando:
A memória respira, mesmo que nem tudo o que respire esteja vivo!
O que está vivo necessariamente respira eu disse. E a noite respirava pela boca das estrelas. Como um fojo encantado de vaga-lumes.
Pr. Carlos Nejar Do Grupo Ciência e Fé, da Igreja Cristã Maranata. É escritor e membro da Academia Brasileira de Letras e Academia Brasileira de Filosofia.
Este assunto será reportado no sábado, às 7h, e no domingo, às 14h, no programa Anunciando o Evangelho Eterno, transmitido pela TV!
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