Centenas de engrenagens, roldanas e contrapesos de areia em um porão dão vida aos mágicos presépios elétricos de Agostinho Bastianello, de 88 anos. A primeira obra, em Jaciguá, distrito de Vargem Alta, no Sul do Estado, completa neste Natal 61 anos. A segunda, em Venda Nova do Imigrante, cidade onde hoje reside, encanta o Natal do município há mais de uma década.
As obras do ex-professor de matemática, música, desenho, ciências e de teatro, Agostinho Bastianello, encantam pela simplicidade. Personagens e parte do cenário foram talhados em madeira.
Um serrador, crianças jogando futebol e um violeiro ganham vida nas ações reproduzidas no primeiro trabalho em Jaciguá, que simboliza cenas de uma vila típica do interior.
A segunda obra, construída décadas após a primeira, já em meados de 2000, tem tema religioso e remonta os Mistérios do Rosário. O artista conta que a inspiração para produzir os presépios foram duas obras visitadas durante uma viagem em Minas Gerais.
Vi uma em São João Del Rei e outra em Belo Horizonte e peguei um pouco de tudo. Sempre gostei de fazer coisas assim. São coisas muito raras, pois exigem muita criatividade, muito empenho e tem que gostar de fazer, conta Bastianello.
Todas as obras levaram anos para serem concluídas, nas horas livres do ex-professor e com o envolvimento da comunidade. Trabalho minucioso que Agostinho nunca se cansou de fazer. A gente se diverte. É mais diversão que trabalho. Nos tempos livres ia trabalhar na oficina e com a ajuda dos amigos fazia alguma coisa, relembra.
DOCUMENTÁRIO
Todo o empenho de Agostinho Bastianello foi inspiração para o aposentado Eurico Scaramussa, de 59 anos, produzir um documentário Os Presépios do Sr. Agostinho. Natural de Vargem Alta e amante da sétima arte, Scaramussa conheceu o artista na década de 70, quando foi seu aluno no antigo Instituto Salesiano Anchieta, em Jaciguá.
Seu trabalho a serviço da sociedade sempre despertou sua admiração. O vídeo, segundo o produtor, simboliza uma forma de homenagear o artista. Testemunhei seu trabalho. Ele é um gênio. Sempre fiquei com esta lembrança. O documentário é simples, mas é um tributo a sua genialidade, um reconhecimento e agradecimento pelo seu trabalho, afirma.
A produção mostra em 12 minutos os dois trabalhos de Agostinho, em Venda Nova do Imigrante e em Jaciguá. Além de fazer um tributo àquela obra de arte é também um atrativo turístico para os municípios e país, disse Scaramussa.
VOTAÇÃO
O documentário de Eurico Scaramussa chegou a ficar entre os finalistas do concurso Talentos Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef). O concurso abrangia quatro grandes temas, que são: Foto e Filme, Artes Visuais, Literatura e Música.
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