Publicado em 12 de junho de 2019 às 00:29
O clima de acirramento político mais uma vez deu o tom às discussões na Câmara de Vitória. Na tarde desta terça-feira (11), o vereador Vinícius Simões (PPS) foi destituído da relatoria de dois processos que investigam o presidente da Casa, Cleber Felix (PP) e ainda poderá ser impedido de relatar mais um, desta vez envolvendo os vereadores Mazinho dos Anjos (PSD) e Davi Esmael (PSB), a depender da decisão da Corregedoria da Casa.>
Nos bastidores, porém, o que se comenta é que esse é mais um reflexo do embate um tanto velado entre grupos de oposição, que vem sendo travado desde a eleição da Mesa Diretora, em agosto de 2018.>
Por meio de sorteio, Simões foi escolhido como relator de dois processos contra Clebinho por quebra de decoro: um foi apresentado pelos assessores do vereador Leonil (PPS) e outro pelo próprio parlamentar.>
Leonil é desafeto declarado de Clebinho, como é conhecido. Ambos protagonizam desentendimentos (com direito a ofensas em plenário) desde a disputa pela presidência, quando Leonil desistiu da disputa e o rival levou a eleição em chapa única, com apoio da maioria dos colegas. Leonil, no entanto, é correligionário de Simões, que é líder do PPS na Câmara. A proximidade entre os dois foi a justificativa encontrada pelo presidente para solicitar o impedimento de Simões. O pedido foi lido durante sessão extraordinária da Corregedoria da Câmara. >
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Em relação a estes processos não houve oposição da parte de Simões, que se autodeclarou impedido. Mas o mesmo não ocorreu em um terceiro pedido de suspeição. Trata-se de uma denúncia anônima feita no Ministério Público Estadual (MPES) em função de um opinamento dado por Davi Esmael e Mazinho em um processo de multa de Disque-Silêncio datado de 2009.>
"INIMIGOS PESSOAIS">
Davi Esmael, que é próximo a Clebinho, pediu a suspeição do líder do PPS alegando que ambos são "inimigos pessoais". Em entrevista, ele sustenta essa afirmação e afirma que a divergência política "aguda" entre os dois não é recente. "Vereador Vinícius não respeitou o processo democrático de escolha do presidente da CMV. Atendendo ao prefeito, forçou a eleição do Leonil. Discordei do movimento e defendi a independência dos vereadores", explica.>
Já Simões, pensa diferente. "Não existe conflito entre eu e Davi. Tenho votado nos projetos de lei dele, dado pareceres favoráveis nas comissões aos projetos dele. Não vejo nenhum vereador da Câmara de Vitória como inimigo", declara. Mas alfineta: "Se o vereador Davi está certo de sua inocência, não há por que ele temer. Fui sorteado para relatar".>
As divergências entre os pontos de vista durante a sessão extraordinária da Corregedoria fizeram com que o processo em questão fosse encaminhado à Procuradoria da Casa, que deverá emitir um parecer.>
Enquanto isso, quem trabalha na Casa aposta que os conflitos protagonizados pelos vereadores continuarão. Simões, inclusive, estaria sofrendo outras baixas, tendo saído, inclusive, da Comissão de Educação, no dia 3 de maio. Mas ele nega que o fato tenha relação com embates políticos.>
Já Clebinho ameniza o conflito. Por meio de sua assessoria, informou que apesar da oposição patrocinada por Simões e Leonil, não há risco de que uma disputa interna entre oposição e situação seja criada, respingando também no prefeito Luciano Rezende, que é do PPS. Segundo ele, os projetos da Prefeitura de Vitória são votados e aprovados sempre que considerados justos.>
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