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Publicado em 2 de outubro de 2023 às 20:08
- Atualizado há 2 anos
O vereador Weberson Rodrigo Pope (PSB), de Muniz Freire, no Sul do Estado, renunciou nesta segunda-feira (2), cinco dias após ser acusado de ameaçar o procurador da Câmara Municipal, Matheus Sobreira, em uma lanchonete. O parlamentar disse, porém, que a decisão não está relacionada à denúncia. Ele afirmou que está deixando o cargo por não concordar com matérias aprovadas na Casa de Leis nos últimos meses. >
“Infelizmente, a Câmara de Muniz Freire está virando um puxadinho da prefeitura, uma extensão do Poder Executivo. Como aprendi muito novo que água e óleo não se misturam, eu agradeço muito o tempo que pude representar o cidadão, mas não tenho como permanecer”, disse.>
Na última quinta-feira (28), o procurador da Câmara de Muniz Freire registrou boletim de ocorrência e entrou com um processo por medidas cautelares, dizendo ter sido ameaçado por Rodrigo Pope (PSB). Segundo o boletim, na noite de quarta-feira (27), em uma lanchonete da cidade, o vereador teria chegado a dizer que “a cidade era pequena para os dois”.>
Na ocasião, o vereador negou todas as acusações, dizendo não ter conhecimento da ocorrência policial e descrevendo o relato do procurador como “um completo absurdo”. Nesta segunda (2), Rodrigo Pope acrescentou que vai abrir uma queixa-crime contra Matheus Sobreira por calúnia.>
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Além das acusações de ameaças na lanchonete, Weberson Rodrigo Pope (PSB) também era questionado pela ausência das sessões da Câmara de Muniz Freire. De acordo com o presidente da Casa de Leis, José Maria Bergamini (Patriota), das 39 sessões realizadas em 2023, o vereador só compareceu a três: nos dias 6 de fevereiro, 20 e 27 de setembro.>
Sobre as ausências, Weberson Rodrigo Pope afirma que precisou se licenciar após uma mudança no dia das sessões, que passaram da segundas para as quartas-feiras. Questionado sobre o número de sessões às quais compareceu, o vereador disse não saber precisar.>
“É prerrogativa do vereador, regimentalmente prevista, licença não remunerada para tratar de interesses pessoais de até 120 dias. O Legislativo, por outro lado, possui recessos em janeiro e julho, não havendo, portanto, sessões ordinárias nesse período. Minhas atividades profissionais em alguns casos exigem viagens por vários Estados do país. As sessões ocorriam às segundas-feiras até o final de 2022 e eu havia adaptado minha rotina de trabalho ao mandato (voluntário, já que o subsídio é devolvido para a sociedade)”, relatou.>
O presidente da Câmara, José Maria Bergamini, confirmou o recebimento do pedido de renúncia, ressaltando que, de acordo com o regimento interno da Casa, o ato é irretratável. “Nos termos legais, o ato será comunicado ao plenário na primeira sessão seguinte à data do protocolo, a qual será no próximo dia 4 (quarta-feira), e fará constar de ata a declaração de extinção do mandato do vereador, declarando a vaga e convocando o respectivo suplente, obviamente, após o parecer jurídico da Procuradoria”, informou, por meio de nota. >
Em relação à denúncia de ameaças contra o procurador, a Polícia Civil informou, na última sexta-feira (29), que o boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia de Muniz Freire e o caso seguirá sob investigação. >
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