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Sítio de Atibaia: pedalinho, vinhos e barco ligam Lula a imóvel

Sítio de Atibaia: pedalinho, vinhos e barco ligam Lula a imóvel

Casal de marqueteiros depõe sobre suspeita de que ex-presidente recebeu vantagens da Odebrecht

Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 17:35

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Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil. (Paulo Lopes/AE)

O juiz Sergio Moro começa a ouvir nesta segunda-feira (05) as testemunhas de acusação do processo do sítio de Atibaia que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A partir das 14h serão ouvidos os marqueteiros João Santana e Mônica Moura, além do ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa. Nesta ação, o ex-presidente Lula é acusado de receber reformas no sítio como propina da Odebrecht e da OAS.

A previsão é que Moro julgue no final de março a segunda ação apresentada pela força-tarefa da Lava-Jato contra o petista. Saiba o que foi levantado sobre sítio e o envolvimento do ex-presidente com o imóvel, que ele nega ser o proprietário.

BENS PESSOAIS

Lula enviou seus pertences e de seus familiares ao sítio em Atibaia logo após deixar o governo. Entre os itens transportados, havia 200 caixas. Em depoimento, um ex-assessor da Presidência disse que recebeu no sítio cerca de 70 caixas de vinho de Lula em 2012.

PEDALINHOS

Dois pedalinhos que ficam estacionados no lago do sítio de Atibaia (SP) trazem os nomes de dois netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os brinquedos, em forma de cisne branco, têm capas pretas com os nomes de Pedro e Arthur, e apareceram em uma imagem aérea exibida no "Jornal Nacional".

BARCO

O sítio serviu como endereço de entrega de um barco de pesca comprado por sua mulher, Marisa Letícia, em 2013.

COZINHA

A cozinha foi reformada sob medida pela mesma empresa que fez a cozinha do tríplex no Guarujá.

ASSIDUIDADE

Documentos revelaram que Lula e família viajaram 111 vezes ao sítio desde 2012.

POSSE DO SÍTIO

Antes da Lava-Jato, Lula não contestava a imprensa quando a posse do sítio era atribuída a ele.

FINANCIAMENTO DE CAMPANHA

Em setembro, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci afirmou ao juiz Sergio Moro que o PT recebeu dinheiro de propina para financiar campanhas eleitorais.

TROCA DE BENEFÍCIOS

Ao ser interrogado pelo juiz Sérgio Moro, Palocci disse que a Odebrecht tinha um "pacto de sangue" com o PT. Segundo ele, em troca de benefícios com o governo federal, a construtora teria dado a Lula o sítio de Atibaia, o terreno onde seria construído o Instituto Lula, além de contratar palestras do ex-presidente por R$ 200 mil. Já o partido, sustenta, recebeu R$ 300 milhões, utilizados em suas campanhas.

PLANILHA DE GASTOS COM REFORMA

No final de novembro, o engenheiro Emyr Diniz Costa Junior, um dos delatores da Odebrecht, entregou à Justiça Federal do Paraná uma planilha que relaciona gastos de R$ 700 mil que, segundo ele, foram destinados pelo departamento de propina da empreiteira para custear a compra de materiais de construção para a reforma feita do sítio de Atibaia, que beneficiaria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

AQUAPOLO

A planilha discrimina quatro lançamentos entre os dias 16 e 30 de dezembro de 2010, último ano do governo Lula - de R$ 380 mil, R$ 120 mil, R$ 197,9 mil e R$ 2,1 mil com o título "Aquapolo". Emyr disse que recebeu em dinheiro no Projeto Aquapolo, no ABC paulista, onde trabalhava na época, os valores enviados pela equipe de Hilberto Silva, que chefiava o departamento de propina.

REFORMA

Até então, não havia prova de que os valores gastos no sítio tinham saído do departamento de propina da Odebrecht. Além da empreiteira, também fizeram obras no sítio a OAS e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. 

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