A Executiva Estadual do PSDB do Espírito Santo irá apoiar o processo do pedido de expulsão do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) da legenda. De acordo com o presidente estadual, deputado estadual Vandinho Leite (PSDB), assim que o processo for iniciado no conselho de Ética, será apresentada uma representação do Estado com este posicionamento.
A pressão pela expulsão de Aécio parte mais forte dos diretórios municipais das duas maiores cidades paulistas São Paulo e São Bernardo do Campo, que já aprovaram pedidos de desligamento dele, com a preocupação que o desgaste da imagem do deputado respingue na campanha do ano que vem. A insatisfação com a permanência dele foi agravada após a abertura de ação penal contra Aécio na Justiça Federal em São Paulo, no início de julho. Réu em processos, incluindo acusação de corrupção, ele ainda não foi julgado pela Justiça.
"Estive em São Paulo e dialoguei com o diretório de lá. Não faz sentido nenhum o partido carregar essa cruz. Ele que pague por seus erros de preferência fora do partido. A situação dele é insustentável desde que o caso da JBS veio à tona", declarou Vandinho.
O caso de Aécio é tido como algo que atrapalha o projeto presidencial do governador de tucano João Doria (SP). "O posicionamento de Doria está salvando o partido. Na última eleição, o PSDB teve um resultado pífio por não tomar posicionamentos firmes. Se tem pretensões presidenciais, precisa mudar de atitude", defende o deputado. Segundo ele, o posicionamento é compartilhado pelo restante dos membros do Espírito Santo. "Estamos trabalhando esta questão de combate à corrupção de forma clara na Executiva Estadual, tanto é que tomamos este posicionamento na situação da prefeita de Presidente Kennedy", frisou.
Presa na Operação Rubi, a prefeita afastada do município, Amanda Quinta, teve um processo disciplinar de expulsão aberto, e semanas depois, apresentou uma carta de desfiliação.
Caberá ao Conselho de Ética da sigla analisar o pedido de expulsão apresentado por tucanos de São Paulo à Executiva Nacional. O colegiado será presidido por um capixaba: o ex-vice-governador César Colnago (PSDB). Segundo ele, nenhum processo foi encaminhado oficialmente ainda ao órgão e o caso vai ser avaliado de acordo com as regras definidas pelo novo Código de Ética, aprovado este ano. "É prudente aguardar os fatos. Queremos um procedimento equilibrado, justo. Vai ser estabelecida uma relatoria, e garantida a ampla defesa. Não dá para estimar quanto tempo pode durar o processo todo", declarou Colnago.
De acordo com o novo Código, é possível a expulsão de um filiado, seja por corrupção, improbidade administrativa dolosa, racismo ou casos de violência contra mulher, idosos ou criança, caso haja uma decisão judicial transitada em julgado.
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