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PGR concorda com prorrogação de inquérito que investiga Temer

PGR concorda com prorrogação de inquérito que investiga Temer

PF pediu mais tempo para apurar eventual participação de Temer em irregularidades no setor portuário

Publicado em 10 de julho de 2018 às 19:51

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Presidente Michel Temer. (Alan Santos)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o pedido da Polícia Federal (PF) para prorrogar o inquérito dos portos, que investiga o presidente Michel Temer no Supremo Tribunal Federal (STF). No fim de junho, o relator, ministro Luís Roberto Barroso, autorizou a PF a continuar apurando o caso.

A investigação foi aberta para saber se o presidente teria se envolvido em um esquema de corrupção para beneficiar empresas do setor portuário. No despacho de junho, Barroso autorizou a PF a continuar a investigação durante o recesso de julho, até que viesse manifestação da PGR sobre o pedido de prorrogação. Como o STF volta a funcionar normalmente apenas em agosto, o parecer da PGR não foi enviado ao relator, mas à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, que poderá tomar uma decisão a respeito.

Em junho, Barroso afirmou que há um “volume expressivo de providências já tomadas e um conjunto relevante de informações obtidas” até agora pela Polícia Federal no âmbito da investigação. Concluiu dizendo que "autoriza o Delegado de Polícia Federal, Dr. Cleyber Malta Lopes, a prosseguir com as diligências de investigação até que venha aos autos a manifestação da Procuradoria-Geral da República".

Barroso aceitou o pedido do delegado Cleyber Malta Lopes sem ouvir a PGR porque não haveria tempo de se manifestar antes do recesso de julho. Barroso até oficiou a PGR sobre a prorrogação, mas optou por já determinar a continuidade da investigação.

A investigação, que tem causado transtornos ao presidente por ter avançado sobre amigos e familiares de Temer, foi iniciada a partir das delações de ex-executivos do Grupo J&F, controlador da JBS. Nas interceptações telefônicas da Operação Patmos, a Polícia Federal flagrou uma articulação entre o ex-assessor presidencial Rodrigo da Rocha Loures e um executivo da empresa Rodrimar, Ricardo Mesquita, para publicação de um decreto presidencial que poderia favorecer a empresa, concessionária de áreas no Porto de Santos.

Além de ter captado conversas frequentes entre Mesquita e Rocha Loures, a PF também flagrou um diálogo entre Loures e Temer no dia 4 de maio do ano passado, no qual eles falam sobre o Decreto dos Portos, que ampliou o período para as empresas explorarem áreas portuárias de 25 para 35 anos, podendo ser prorrogados até 70 anos.

Outro personagem desse caso é o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho, conhecido como coronel Lima, amigo de Temer. Em sua delação, o ex-executivo da J&F Ricardo Saud disse que pagou R$ 1 milhão ao coronel, supostamente a pedido de Temer.

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O presidente Michel Temer nega qualquer envolvimento em irregularidades envolvendo o setor portuário.

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