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PF não consegue extrair dados de celular de deputado investigado

PF não consegue extrair dados de celular de deputado investigado

Inquérito aberto no STF apura caso dos R$ 51 milhões encontrados em um "bunker"

Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 17:41

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Mais uma vez a Polícia Federal (PF) está com dificuldades para conseguir extrair dados de um investigado. Desta vez trata-se de um iPhone 7, da Apple, de cor preta, apreendido na casa do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). O relatório está em inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a participação dele e do irmão, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, na lavagem e ocultação dos R$ 51 milhões encontrados em um "bunker" em Salvador.

O deputado federal Lúcio Vieira Lima é investigado na Lava Jato. (ALEX FERREIRA/AG. CÂMARA/ARQUIVO)

"Após exame do material, verificou-se que o aparelho estava bloqueado com código alfanumérico de usuário e que a versão do seu sistema operacional era a iOS 10.2.1. As ferramentas forenses atualmente disponíveis neste instituto somente desbloqueiam dispositivos com a versão 7 do iOS, o que impossibilita, à época dos exames, o acesso ao conteúdo do aparelho sem que haja o fornecimento deste código de usuário", diz trecho de relatório do Instituto Nacional de Criminalística da PF, elaborado pelo perito Fábio Caús Sícoli.

O jornal "O Globo" não conseguiu entrar em contato com Lúcio Vieira Lima e sua defesa para saber se eles vão fornecer o código necessário para desbloquear o aparelho. O perito da PF apontou um caminho: enviar o aparelho para análise em um laboratório no exterior. Mas ainda não há no processo pedido do delegado Josélio Azevedo de Souza, da PF, para que isso seja feito. Se isso ocorrer, a decisão caberá ao ministro Edson Fachin, relator do inquérito.

"A Cellebrite, fabricante de equipamentos para extração forense de dados de telefones celulares e tablets, oferece um serviço que pode ser contratado para desbloqueio de iPhones e iPads com versões mais recentes do iOS. Esse serviço é executado em laboratórios certificados pela empresa e necessita que o aparelho bloqueado seja encaminhado para eles. Atualmente, existem laboratórios em Nova Jersey (EUA), Ottawa (Canadá), Munique (Alemanha) e em Israel", informou o perito.

Ao longo das investigações da Operação Lava Jato e seus desdobramentos, a PF já tinha relatado dificuldades semelhantes em outras oportunidades. No caso de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do presidente Michel Temer, o ministro Edson Fachin, do STF, autorizou a PF a realizar uma perícia com técnicas especiais em um iPhone e em um tablet iPad. O problema é que tais técnicas não são garantia de sucesso. Pelo contrário: podem até mesmo levar à destruição das informações armazenadas.

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O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, também autorizou o envio para os Estados Unidos de quatro telefones e dois aparelhos eletrônicos apreendidos em endereços de pessoas ligadas ao senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). A maioria também é da Apple.

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