Publicado em 25 de julho de 2019 às 23:49
- Atualizado há 6 anos
A Polícia Federal afirmou, por meio de nota, que a caberá à Justiça, "em momento oportuno, definir o destino do material" apreendido na terça-feira (23) com suspeitos de agirem como hackers.>
A manifestação menciona entendimento da lei e contradiz o ministro Sergio Moro (Justiça), que, conforme mostrou a Folha, avisou autoridades na tarde desta quinta (25) que as mensagens capturadas pelo grupo suspeito e preso pela PF seriam destruídas.>
O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio Noronha, afirmou à Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (25) que a informação foi dada pelo próprio ministro por telefone.>
"As mensagens serão destruídas, não tem outra saída. Foi isso que me disse o ministro e é isso que tem de ocorrer", disse o presidente do tribunal. A comunicação foi confirmada à reportagem pela assessoria de Moro.>
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O descarte de qualquer material apreendido em operações policiais é uma decisão que cabe à Justiça e só pode ocorrer com decisão do juiz.>
Na nota, a PF disse ainda que a operação deflagrada nesta semana não tem "como objeto a análise das mensagens supostamente subtraídas de celulares invadidos".>
A polícia também afirmou que "o conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado, pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal".>
Além de Noronha, outras autoridades tiveram seus celulares atacados pelo grupo, entre elas os presidentes da Câmara e do Senado e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).>
Para a Polícia Federal, Walter Delgatti Neto, um dos quatro presos pela PF na terça-feira, foi a fonte do material que tem sido publicado desde junho pelo site The Intercept Brasil com conversas de autoridades da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.>
Conforme revelou a Folha de S.Paulo, Delgatti disse à PF que encaminhou as mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site, de forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira.>
Em depoimento ao Senado no dia 19 de junho, Moro defendeu que o site Intercept Brasil, que divulgou as mensagens, entregasse o material para ser periciado.>
"Pega o material e entrega para uma autoridade, sem prejuízo da publicação das matérias. Aí vai se poder verificar por inteiro esse material, o contexto no qual ele foi inserido e principalmente verificar se esse material é autêntico ou não. Porque até agora não temos nenhuma demonstração da origem desse material", declarou Moro na ocasião. >
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