Com a autoridade de quem é filiado ao MDB desde 1965, o ex-senador e ex-governador do Rio Grande do Sul Pedro Simon diz que o partido deve fazer uma "profunda reflexão" porque, se continuar como está, "corre risco de desaparecer". Em entrevista ao Estado, ele diz considerar "um absurdo" a permanência do ex-senador Romero Jucá na presidência do partido.
Guerra no MDB: Jucá quer entendimento entre Lelo e Marcelino Fraga
Aos 90 anos e sem mandato, Simon segue fazendo política partidária e abraçando causas, como a defesa da Operação Lava Jato. Ao analisar o governo Jair Bolsonaro, o emedebista elogia a aprovação da reforma da Previdência, mas faz duras críticas à indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para a embaixada nos EUA e às declarações sobre a Argentina. "Bolsonaro tem uma incontinência verbal que desconfio ser um problema psicológico", diz Simon, com a contundência que marcou sua passagem pela vida pública.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
O senhor, que é um quadro histórico do MDB, continua se sentindo representado pelo partido?
Acho que o MDB deveria fazer uma profunda reflexão. Se ficar como está, há o risco de desaparecimento do partido. Fui na Assembleia Legislativa de São Paulo e vi que o MDB só tem 3 deputados de quase 100. Lembro quando o MDB tinha metade do Parlamento. Na época da ditadura, ser do MDB era lutar contra ela. Era mais fácil ser do partido. Mas, com o tempo, isso foi se esvaziando.
O que acha da permanência do ex-senador Romero Jucá na presidência do MDB?
É um absurdo. Ele deveria estar afastado. O presidente do partido tem de ser uma figura unânime na seriedade, dignidade e correção. Sem um pingo de resquício. Romero não é a pessoa certa para ser presidente do MDB. É negativo.
Como se sentiu ao ver o ex-presidente Michel Temer preso?
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta