Publicado em 18 de julho de 2018 às 20:05
A aposentadoria do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCES) José Antonio Pimentel, publicada nesta quarta-feira (18) no Diário Oficial, dá a largada para o processo de escolha do novo membro da Corte. Com salários de R$ 30,4 mil mais benefícios, mandato vitalício e até oito assessores para nomear, dois deputados estaduais Rodrigo Coelho (PDT) e Dary Pagung (PRP) já manifestaram interesse em preencher a vaga. As indicações podem ocorrer até o dia 27 de julho. >
Responsável por analisar a prestação de contas do governador, o órgão conta com sete cadeiras de conselheiros, com quatro deles escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo chefe do Executivo. A vaga em disputa agora é de indicação da própria Assembleia. O deputado Marcelo Santos (PDT) também chegou a manifestar interesse no cargo e até recolher assinaturas, mas já declarou que não vai participar deste pleito.>
Além da vaga de Pimentel, também já há parlamentares de olho na vacância do cargo do conselheiro afastado Valci Ferreira. Ele já foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e está preso, mas o cargo não está vago porque ainda não houve o trânsito em julgado do processo.>
O QUE FAZ O TRIBUNAL DE CONTAS?>
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Embora muitas pessoas acreditem que o Tribunal de Contas seja um braço do Poder Judiciário, ele é na verdade um órgão auxiliar do Poder Legislativo. A função da Corte é apreciar as contas do governador do Estado e encaminhar um parecer prévio para a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), para que os deputados aprovem ou não as contas do chefe do Executivo.>
Além disso, o TCES também analisa as contas dos prefeitos, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), da Assembleia e também das câmaras municipais.>
O órgão também pode, por iniciativa própria ou a pedido de parlamentares, realizar auditorias nas unidades administrativas dos Poderes. Uma das auditorias que ganhou destaque no Estado, por exemplo, foi no contrato da Rodosol para a concessão da Terceira Ponte.>
QUANTO GANHA UM CONSELHEIRO?>
Os conselheiros do Tribunal de Contas recebem um subsídio de R$ 30.471,10, além de três auxílios: de alimentação, no valor de R$ 1.925; de moradia, no valor de R$ 4.377,73; e de saúde, que pode chegar a R$ 11.518,20 ao ano, desde que comprovadas as despesas médicas a serem ressarcidas.>
Conselheiros que exercem os cargos de presidente, vice-presidente e corregedores do Tribunal também recebem um adicional de R$ 4.570,66. Ou seja, tirando os gastos com auxílio-saúde (que podem variar), a renda mensal de um conselheiro pode chegar a R$ 41.344,49. Mesmo com o limite salarial da carreira pública limitado em R$ 33,7 mil, o valor excedente não é abatido, já que é considerado verbas indenizatórias e não remuneração.>
Um automóvel também fica à disposição dos membros da Corte. O cargo é vitalício. As vagas são preenchidas de acordo com regra constitucional, assim divididas:>
- 4 vagas de indicação da Assembleia Legislativa e>
- 3 vagas de indicação do governador, sendo que, dessas três escolhas do Executivo, uma é livre, outra tem que ser dentre os membros do Ministério Público Especial de Contas e a outra dentre os auditores (conselheiros substitutos) do Tribunal.>
QUEM FAZ PARTE DO TRIBUNAL DE CONTAS>
Com a aposentadoria de Pimentel e o afastamento de Valci, o Tribunal conta atualmente com cinco conselheiros. São eles:>
Sérgio Aboudib: presidente do Tribunal. É advogado e foi chefe de gabinete e secretário-chefe da Casa Civil do governador Paulo Hartung (MDB) durante os dois primeiros mandatos (2003-2010). Sua indicação foi em 2009. >
Domingos Taufner: vice-presidente. Foi vereador de Vila Velha pelo PT entre 1989 e 1996. Ingressou no Ministério Público de Contas em 2010, por concurso público, e, em 2011, foi empossado como conselheiro.>
Rodrigo Chamoun: corregedor. Foi vice-prefeito de Guarapari pelo PSB (2001-2004) e deputado estadual até 2012, quando foi indicado ao cargo.>
Carlos Ranna: ouvidor. Auditor do Tribunal desde 2002, foi nomeado pelo governador Paulo Hartung em 2008, na vaga destinada para auditores.>
Sérgio Borges: foi deputado estadual pelo MDB de 1999 a 2013, quando foi indicado ao cargo.>
Valci Ferreira: afastado desde 2007 por peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro quando era deputado estadual, entre 1997 e 2001.>
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