Publicado em 7 de setembro de 2019 às 18:51
O Ministério da Economia nega que esteja exigindo atestado de antecedentes criminais de jornalistas interessados em cobrir um evento com a presença de seu titular, Paulo Guedes, em Fortaleza (CE).>
Nesta segunda (2), o Sindjorce (Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará) publicou nota de repúdio atribuindo à pasta a prática de exigir esses documentos de membros da imprensa querendo acompanhar uma palestra que Guedes fará na quinta-feira (5).>
"Uma obrigatoriedade completamente inédita e absurda. Como reportou nesta tarde o jornal 'O Povo', uma cobrança 'nunca antes apresentada para o acompanhamento de autoridades durante suas passagens pelo Ceará'. Nem presidentes demandaram tal questão', afirma o Sindjorce.>
"Para o Sindjorce e a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), a medida do Ministério faz parte da cruzada liderada por Bolsonaro contra a imprensa, sobretudo contra os veículos e os profissionais que comentem o 'pecado' de fazer jornalismo em tempos de autoritarismo, de disseminação do ódio e de destruição de direitos sociais e trabalhistas", segue o sindicato.>
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"Mas a grande verdade é que se fosse atendido este critério de antecedentes, muitos integrantes do governo Bolsonaro não poderiam nem estar em seus cargos. É o caso do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, condenado por improbidade administrativa, e pode ser o caso de Guedes, que é, segundo reportagem do 'O Globo', suspeito de cometer crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013", complementa a nota.>
"O tratamento dado aos jornalistas desde a posse de Jair Bolsonaro só é comparável ao praticado em ditaduras, autocracias e outros regimes e formas de governos autoritários ou fascistas", emenda o texto.>
De acordo com o Ministério da Economia, o que houve foi um erro cometido pela empresa AD2M Engenharia de Comunicação, terceirizada responsável pela assessoria de imprensa do encontro "A Nova Economia do Brasil".>
A AD2M se manifestou após a repercussão negativa da história. Segundo a empesa, foi replicado "inadvertidamente um documento utilizado para a contratação de profissionais que estarão a serviço do evento, mas totalmente dispensável no caso da imprensa".>
O departamento de comunicação do ministério enviou uma nota da AD2M sobre o ocorrido.>
"NOTA DE ESCLARECIMENTO>
A AD2M Engenharia de Comunicação, empresa contratada para conduzir as relações com a imprensa para a palestra "A Nova Economia do Brasil", a ser realizada em Fortaleza com o Ministro da Economia Paulo Guedes, vem por meio desta esclarecer o mal-entendido a respeito do acesso aos profissionais jornalistas para o evento.>
A agência pede desculpas aos profissionais de imprensa e às entidades representativas da categoria pelo equívoco da inclusão da solicitação de antecedentes criminais para a cobertura do referido evento.>
Em momento algum houve orientação por parte do Ministério ou das empresas promotoras para tal procedimento.>
Por um erro interno da agência, replicamos inadvertidamente um documento utilizado pela empresa organizadora para a contratação de profissionais que estarão a serviço do evento, mas totalmente dispensável no caso da Imprensa.>
Reforçamos nossos sinceros pedidos de desculpas pelo equívoco.>
Cordialmente, A Diretoria "AD2M Engenharia de Comunicação.">
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