Publicado em 25 de outubro de 2019 às 21:19
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, nesta sexta-feira (25), uma liminar (decisão provisória) em habeas corpus favorável ao procurador Flávio Augusto Cruz Nogueira, irmão do ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa André Nogueira. Ambos, e o outro irmão, Augusto Nogueira, foram condenados pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJES) e presos na última segunda-feira (21). >
Condenado no mesmo processo, o ex-presidente da Assembleia Legislativa José Carlos Gratz já apresentou ao STF, por meio dos advogados, pedido de extensão dos efeitos da liminar que beneficiou Flávio Nogueira. André e Augusto Nogueira seguem presos. Gratz e outros três condenados estão foragidos.>
Flávio foi condenado por lavagem de dinheiro a uma pena de 5 anos e oito meses de reclusão em regime semiaberto, além de multa. A decisão que condenou os sete é da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), do último dia 16. Os mandados de prisão foram expedidos no dia seguinte.>
Há chance de recursos nas instâncias superiores, mas as prisões foram determinadas com base no entendimento vigente no Judiciário que autoriza a chamada execução provisória da pena após condenação colegiada, em segunda instância.>
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Foi esse, por exemplo, o motivo que levou o ex-presidente Lula (PT) à cadeia na Lava Jato. Agora, o STF está reavaliando o mecanismo. O resultado poderá influenciar a situação de inúmeros condenados e presos. O placar está em 4 a 3 a favor da prisão após segunda instância. O julgamento será retomado em novembro. O ministro Marco Aurélio, relator do habeas corpus de Flávio Nogueira, votou contra. >
O advogado de Flávio Nogueira, Fabrício Campos, argumentou no habeas corpus que a prisão após segunda instância é ilegal e que a punição aplicada ao procurador é desproporcional. Ele acredita que a condenação será revista nas cortes superiores.>
"Por uma infinidade de fatores, como o emprego de provas ilícitas no processo, inclusive que estão em tipo de procedimento que os tribunais superiores consideram errado, que é transmissão de informações bancárias para a Receita, e o fato de a pena estar muito acima do padrão de aplicação de pena para casos semelhantes", comentou.>
O processo é referente ao desvio de R$ 4,1 milhões da Assembleia para a Lineart - empresa da família Nogueira usada como "lavanderia" de recursos desviados do Legislativo, entre 1999 e 2002. A denúncia deste processo foi oferecida pelo Ministério Público Estadual à Justiça em 2003. Há dezenas de outros processos tramitando no Judiciário. >
O esquema funcionava mediante simulação de pagamentos a entidades diversas, tais como associações, igrejas e sindicatos. Segundo investigações da Receita Federal, R$ 26,7 milhões foram desviados da Assembleia. Cheques da Assembleia, supostamente destinados a essas entidades, eram depositados em contas de beneficiários do esquema.>
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