Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 21:07
Em clima de despedida após 19 anos no Congresso Nacional, o senador Magno Malta (PR) subiu à tribuna do Senado, na tarde desta quarta-feira (12), para o que possivelmente foi seu último pronunciamento na Casa durante o Grande Expediente, momento da sessão em que é possível fazer discursos mais longos. Em 1999, Magno foi eleito deputado federal pelo Estado, é senador desde 2003, e não conseguiu se reeleger. Em sua fala, que durou 40 minutos, o senador buscou afastar qualquer impressão de mal estar na relação com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), por não ter integrado nenhum de seus ministérios.>
Magno fez uma grande retrospectiva de sua carreira política, iniciada em 1992, falou sobre as CPI's que comandou, e o deixaram em evidência - a do Narcotráfico, da Pedofilia, e dos Maus Tratos - fez elogios a Bolsonaro e reiterou suas bandeiras ideológicas, com críticas à ideologia de gênero, aborto e a favor do "Escola sem partido". Após seu discurso, colegas senadores, como Ana Amélia (PP-RS) e José Medeiros (PODE-MT), prestaram solidariedade e elogiaram Magno Malta. >
Veja os principais pontos do discurso:>
BOLSONARO>
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"Há alguns anos, cinco anos, os senhores me veem nessa tribuna defendendo a candidatura a presidente da República de Jair Bolsonaro. Muitos diziam 'por que não é você?' Não, Deus levantou ele. É ele. O diabo não levanta autoridade. Quem levanta autoridade é Deus. Encampei essa missão de quebrar o viés ideológico. O Brasil precisa de um homem patriota, que tenha Deus no coração, disposto a enfrentar a violência, proteger a escola, as crianças e, acima de tudo, ame Israel. E começamos a ver um Brasil que virou militante de si mesmo. A militância da família, da vida, do bem, dos valores, contra a militância da erotização de crianças, do desrespeito à escola, contra a ideologia de gênero. É uma militância da família, da vida, dos valores.">
RELAÇÃO>
"Eu cruzei esse país, faria tudo de novo. A pergunta é quem quer matar Bolsonaro? Quem queria, ou ainda quer? A perícia técnica pedida na Câmara não veio. Continuo confiando em Bolsonaro. Faria tudo de novo. O vejo como um homem caráter, de bem. Sensível às coisas espirituais. Tem quem zomba. Azar o seu. Mas a nação é bendita quando Deus é o senhor dela. Minha oração é que Deus guarde, abençoe, lhe dê sabedoria. Se nada ocorrer, no mandato de Bolsonaro, uma coisa já ocorreu. O viés ideológico está quebrado. O muro que separava católicos de espíritas, espíritas de evangélicos, nós nos abraçamos em defesa da pátria. Esses esquerdopatas jamais voltarão ao poder. Deve ser muito duro, para uma imprensa que o tratou como folclore durante muitos anos, ter de engoli-lo como presidente. Aí, tudo o que pode vir a ataque virá a ataque.">
"Avizinha-se o momento em que vamos dar fim a essa legislatura. Começo dizendo muito obrigado ao povo do Espírito Santo, que me recebeu como filho adotivo, um nordestino, que lá chegou em 1982, e em 1992 se elegeu vereador em Cachoeiro de Itapemirim. Em 1994, dois anos depois, me elegi deputado estadual, e quatro anos depois, deputado federal. Ao chegar na Câmara, do 4º para o 5º mês, me tornei o parlamentar mais conhecido do país, comandando a maior CPI da história da nação, a do Narcotráfico. Ao relatório da CPI que balançou esse país, foram indiciados 864, e presos ao vivo, muito mais de 300 envolvidos. Em seguida, me elejo senador da República. São 14 projetos de lei transformados em norma jurídica.">
CPI's>
"Foi na luta da CPI da Pedofilia, em que novos tipos penais foram criados, a partir dela vieram leis que tenho a alegria e o orgulho de dizer que eu assinei, como a Lei Joana Maranhão. Articulei e tornei o crime de pedofilia um crime hediondo. São 69 projetos que tramitam no Senado. Só na CPI dos Maus Tratos, que ontem encerrei, aprovamos 32 projetos que tratam da prevenção e do cuidado da criança.">
BANDEIRAS>
"Esse país tornou-se, de fato, um ninho ideológico, em todos os sentidos, que a vida humana de nada vale. Aborto é assassinato, é acinte. Desta tribuna eu fiz a minha trincheira contra a ideologia de gênero. Lutei pela não legalização das drogas. Como se maconha fosse o maior bem. Uso recreativo para quê? Ficar doido, sair dirigindo doidamente, dar tiro? Gostem vocês, ou não, esse país é cristão. Também fui contra a legalização dos jogos de azar.">
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