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Gandini e ex-integrante da campanha são condenados por desinformação contra Pazolini

Gandini e ex-integrante da campanha são condenados por desinformação contra Pazolini

Juíza considerou que Tayana Dantas, que elaborou o plano de governo do candidato a prefeito de Vitória pelo Cidadania, foi responsável por publicação no Instagram. E Gandini era o administrador de um grupo de WhatsApp

Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 18:12- Atualizado há 3 anos

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A empresária Tayana Dantas (Cidadania) e o deputado Fabrício Gandini (Cidadania)
A empresária Tayana Dantas (Cidadania) e o deputado Fabrício Gandini (Cidadania). (Montagem/Arquivo A Gazeta)
Natalia Devens
Repórter de Política / [email protected]

A empresária Tayana Dantas (Cidadania), que coordenou a elaboração do plano de governo do então candidato a prefeito de Vitória Fabrício Gandini (Cidadania), em 2020, foi condenada pela Justiça ao pagamento de indenização por dano moral e à publicação de uma  retratação, após ter sido acusada de ser a responsável pela publicação de informações falsas em uma página do Instagram sobre o então candidato adversário, Lorenzo Pazolini (Republicanos).

A postagem afirmava que Pazolini era investigado pelo vazamento de dados de uma criança de 10 anos, vítima de estupro em São Mateus. Uma "matéria mentirosa", de acordo com a sentença que determinou a indenização e a retratação.

Gandini e um então funcionário comissionado da Prefeitura de Vitória também foram condenados, apontados como responsáveis por grupos de WhatsApp em que a publicação contra Pazolini foi compartilhada. Na decisão, a Justiça determina o pagamento de indenização de R$ 15 mil, a ser paga pelos três, e que Tayana Dantas publique uma retratação pública a Pazolini, que deve permanecer postada nas redes sociais pelo prazo de 30 dias úteis. Os três recorrem da decisão. 

De acordo com a sentença, do 8º Juizado Especial Cível de Vitória, em agosto de 2020, antes do início oficial da campanha eleitoral, a página do Instagram denominada "Índex Político" publicou que "Deputado Lorenzo Pazolini é investigado por suposto vazamento do nome da menina estuprada", com uma imagem do então parlamentar. 

A postagem no Instagram do "Índex" foi compartilhada no grupo de WhatsApp "GANDINI 2020 PREFEITO (1)", que tem Gandini como administrador, e no grupo "Comunidade São Pedro" por um então funcionário comissionado da Prefeitura de Vitória e apoiador de Gandini, Romenique Neris. Por isso, Gandini e Neris também foram responsabilizados.

Segundo a sentença, da juíza Maiza Silva Santos, foi demonstrado no processo que a página "Índex Político" no Instagram é de propriedade de Tayana Dantas, e que ela foi a responsável pela publicação da notícia difamatória na rede social. Consta também que ela e Gandini não apresentaram defesa no processo.

Tayana filiou-se ao Cidadania em 2019, a convite do próprio Gandini – presidente estadual do partido –, em ato realizado na Câmara de Vitória. Ela chegou a ensaiar se lançar como candidata a prefeita de Vila Velha, mas acabou desistindo da empreitada poucos meses depois.

NOMEAÇÃO NO GOVERNO 

Nesta sexta-feira (12), Tayana Dantas foi nomeada, como registra o Diário Oficial do governo do Estado, para um cargo comissionado de assessora especial da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (SECTI).

ACUSADOS NEGAM CRIAÇÃO DE POST

Tayana Dantas afirmou à reportagem que não foi ela quem publicou o post sobre Pazolini na página do Instagram. "O Índex é composto por 10 pessoas, mas apenas eu fui denunciada na Justiça por questões eleitorais, pois eu era da equipe de campanha do Gandini", declarou.

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É estranho eu ser condenada a algo sem que seja provado que o post foi feito por mim

Tayana Dantas
Assessora especial da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
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Segundo ela, a publicação no Instagram "Índex Político" foi feita com base em informações publicadas por veículos de circulação nacional, como Folha de S. Paulo, O Antagonista, Veja e Carta Capital, as quais estão disponíveis até hoje.

"Já foi feita a publicação de um direito de resposta, mas vamos recorrer. Não fomos ouvidos no processo e não há provas sobre minha autoria", disse.

O deputado estadual Fabrício Gandini, derrotado ainda no primeiro turno na disputa pela prefeitura, também negou ter qualquer tipo de envolvimento com as publicações, visto que era apenas o administrador do grupo de WhatsaApp em que o link foi compartilhado.

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Não publiquei nada e nem sequer comentei sobre a publicação. Não há crime praticado por mim

Fabrício Gandini (Cidadania)
Deputado estadual
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"Vamos aguardar a decisão da instância superior, já que na primeira instância não foi apresentada defesa", afirmou o parlamentar à reportagem.

A reportagem não conseguiu contato com Romenique Neris.

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