Há exatos dois anos, o Espírito Santo perdia o ex-governador Gerson Camata, que comandou o Estado entre 1983 e 1986 e integra a história da política capixaba. Fora a conhecida figura pública, a família Camata perdia também um pilar essencial, pai e marido.
O político foi assassinado com um tiro em 26 de dezembro de 2018, na Praia do Canto, em Vitória. O acusado do crime está preso desde então e a família espera que o julgamento ocorra em 2021.
O autor do disparo foi o ex-assessor de Camata, Marcos Venicio Moreira Andrade. Ele surpreendeu o ex-governador em uma banca de revistas, localizada nas proximidades da residência da vítima. Ele foi preso em flagrante no mesmo dia e teve a prisão convertida em preventiva. Em depoimento à Justiça, o acusado admitiu ter cometido o crime.
Por meio de nota, a viúva do ex-governador, Rita Camata, descreve a angústia e a tristeza que ainda tomam conta da família. "Tiraram meu companheiro da vida, pai amoroso, avô dedicado, sempre alegre e sorridente. Carinhoso com toda a família. Homem apaixonado pelo Estado do Espírito Santo e pelo povo capixaba", disse a ex-deputada federal e ex-primeira dama.
Em abril deste ano, a defesa de Marcos Venicio entrou com pedido de prisão domiciliar junto à Justiça, alegando que a disseminação do coronavírus colocava o réu em risco, já que ele tem mais de 60 anos e é portador de diabetes e hipertensão. No entanto, o juiz Marcos Pereira Sanchez, da 1ª Vara Criminal de Vitória, negou o pedido de prisão domiciliar.
Antes disso, a manutenção da prisão preventiva já havia sido decidida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) após serem negados tanto o pedido de habeas corpus para o acusado como o encaminhamento para o cumprimento da pena em domicílio.
O advogado Renan Salles, assistente de acusação, informou que o andamento mais recente do processo foi neste mês de dezembro. Tanto acusação quanto defesa foram intimadas para indicarem as testemunhas que serão ouvidas em plenário.
"Agora, o juiz saneará o processo, incluindo-o em pauta de julgamento. Acreditamos que o julgamento ocorrerá no começo de 2021, ocasião em que, pelas provas produzidas nos autos, o réu será devidamente condenado pelo covarde homicídio que praticou. Não temos dúvida disto", pontuou o advogado em nota.
Marcos Venicio já foi pronunciado, ou seja, aguarda pela data de marcação do júri popular. Procurado pela reportagem de A Gazeta. Responsável pela defesa do ex-assessor, o advogado Homero Mafra preferiu não se manifestar.
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