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Publicado em 6 de novembro de 2025 às 16:43
A violência urbana e a necessidade de responsabilidade fiscal dos governos para dar conta das demandas sociais estiveram no centro do debate dos governadores do Espírito Santo e de Goiás, no primeiro dia do Fórum Liberdade e Democracia de Vitória, nesta quinta-feira (6), na capital capixaba. Tanto Renato Casagrande (PSB) quanto Ronaldo Caiado (União Brasil) destacaram a queda da criminalidade quanto uma conduta ética no exercício do poder como pilares de um bom governo.>
“Segurança pública é condição de governabilidade”, afirmou o chefe do Executivo goiano, ao lembrar o cenário que diz ter encontrado no estado do Centro-Oeste. “Para vocês terem uma ideia, eram 11 mil carros roubados por ano em Goiás. As pessoas não tinham liberdade de andar nas ruas. As facções cresciam enormemente", disse Caiado, no evento promovido pelo Instituto Líderes do Amanhã anualmente, desde 2013. >
"O crime escraviza territórios em que há ausência do Estado”, frisou o governador, acrescentando que o enfrentamento à violência urbana incluiu endurecimento do regime nas penitenciárias e isolamento de lideranças criminosas: “Ali foi a queda maior que tivemos na criminalidade. O presídio passou a ser um presídio de total isolamento do criminoso.” >
Casagrande, por sua vez, disse que espera encerrar 2025 “sem nenhuma cidade do Espírito Santo entre as mais violentas do país”. O mandatário capixaba ressaltou ainda que as forças estaduais têm presença em todo o território capixaba. >
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“Não passamos a mão na cabeça de bandido. Não temos dificuldade de entrar em nenhum território do Estado do Espírito Santo. Não temos territórios comandados por organizações criminosas”, afirmou, citando o uso de tecnologia na identificação de suspeitos e a organização das forças de segurança. “Temos desafios na área da segurança pública ainda. Nos próximos anos estaremos entre os Estados menos violentos do Brasil.”>
Em um bloco dedicado a debater valores que orientam a atuação pública, Casagrande associou governança a origem e empatia. “Para falar de valores tem que ter origem. O primeiro valor é a fé. A gente tem que ter muita fé no trabalho. Fé na família. Tento ser um governante que cuida das pessoas. Paciência e capacidade de ouvir”, enumerou. >
Ele acrescentou: “Valor da seriedade e da transparência. Entrar no sonho dessas pessoas. Ter empatia para entrar nos sonhos das pessoas que estão sofrendo. É difícil. Não acho que tenha uma pessoa de caráter ruim que seja um bom governante.”>
Caiado também vinculou a vida pública à formação moral e à trajetória pessoal. “A pessoa tem de acreditar em alguma coisa. Aprendi a entender que ninguém é dono da verdade. Isso é o caminhar que vai nos ensinando. Sou médico cirurgião. Minha vida foi marcada por muitos desafios. A construção moral da pessoa vem do exemplo de berço. Isso é basilar, é o principal”, disse. >
Para ele, “a estatura moral do político é essencial para a figura do político” e “não se governa pelo discurso, mas pelo exemplo”. “Casagrande tem a história dele e eu tenho a minha. O meu era um Estado referência em escândalos. Quando se governa com espírito público, qualquer ato que não seja condizente com a melhoria do seu Estado é questionável”, declarou.>
Na discussão sobre responsabilidade fiscal, Casagrande defendeu o controle diário do orçamento e a centralidade do Executivo na gestão das contas. “A cada dia a demanda sobre serviços no Estado aumenta muito. É fundamental controlar as receitas todos os dias. O ato de governar não é ato só do governador, só que quem comanda o orçamento é o governador", disse. >
"O Poder Executivo não pode perder o controle orçamentário”, afirmou Casagrande, citando a nota A do Espírito Santo em gestão fiscal no Tesouro e “uma das menores cargas tributárias do Brasil”. Caiado respondeu em tom realista: “Nesse assunto, meu calvário é muito maior.”>
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