Publicado em 24 de julho de 2018 às 18:08
Numa tentativa de dar mais transparência às propagandas políticas, as redes sociais Facebook e Instagram anunciaram nesta terça-feira (23) que a partir de 16 de agosto haverá uma biblioteca de anúncios de candidaturas em todo país. Nessa área das plataformas, será possível ver todas as publicidades impulsionadas, quanto o candidato gastou com elas e qual público foi impactado pela iniciativa.>
A partir de 31 de julho, os candidatos dispostos a anunciar pelas plataformas terão que fornecer os dados pessoais como número do passaporte, CPF e CNPJ da campanha para terem os anúncios aceitos. E todas as postagens impulsionadas terão um selo de "propaganda eleitoral".>
Na biblioteca de anúncios políticos, os usuários da plataforma poderão ver todos os impulsionamentos já feitos pelo candidato e eles ficarão disponíveis ao público por sete anos. Será possível também saber quanto foi gasto pelo anúncio e obter informações demográficas sobre quem foi mais impactado pela publicação. Nesse caso, porém, as opções estão limitadas ao sexo e a idade dos usuários que acessaram o impulsionamento.>
As duas plataformas não vão disponibilizar a região geográfica que mais foi impactada pelo anúncio, o que era esperado quando uma ferramenta começou a ser testada nos Estados Unidos.>
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MEDIDAS APÓS INVESTIGAÇÕES>
O objetivo do Facebook ao dar acesso aos eleitores em geral a essas informações é tentar dar transparência a disputa eleitoral na plataforma. As medidas foram adotadas após abertura de investigações no Congresso dos Estados Unidos sobre o uso da rede social para influência externa nas eleições daquele país.>
Nos últimos meses, o Facebook modificou várias de suas políticas para anúncios e tenta recuperar a imagem, que ficou arranhada após acusações de que a publicidade financiada por russos teria influenciado no resultado das eleições norte-americanas. As investigações mostraram que um projeto de pesquisa acadêmica foi usado para vender dados dos usuários do Facebook para agência Cambridge Analytica, que teria operado em favor da campanha de Donald Trump nos Estados Unidos.>
Ao anunciar as novidades, a diretora global de engajamentos com políticos e governos no Facebook, Katie Harbath, disse que é difícil medir qual o impacto que os anúncios pagos terão na eleição brasileira, mesmo considerando as experiências de disputas em outros países.>
"Isso é difícil de medir porque nunca houve anúncios no Brasil e cada país e eleitor reage de um jeito", afirmou, sem entrar em detalhes.>
Kate disse que caso os anúncios não atendam a legislação brasileira, a plataforma poderá retira-los do ar, desde que a justiça Eleitoral determine. O Facebook não agirá espontaneamente para aplicar a lei, segundo ela, porque esse é o papel das autoridades.>
A legislação brasileira passou a permitir o impulsionamentos de conteúdos nas redes sociais para as eleições, mas determinou que os anúncios só podem ser feitos pelos candidatos ou partidos e apenas com mensagens positivas. Não está permitido impulsionar conteúdos negativos sobre os adversários, e apoiadores de candidatos também não têm autorização para impulsionar conteúdos políticos.>
O Facebook também promete lançar no período eleitoral uma outra ferramenta que permitirá aos eleitores seguirem e interagirem com os políticos de sua preferência. Ainda não há data para essa aplicação entrar funcionamento.>
Kate disse que nos últimos meses do Facebook tem se reunido com políticos e partidos para mostrar como eles podem usar a plataforma para anunciar, mas não listou quais campanhas procuraram a empresa para essas conversas.>
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