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'Ela dará mais trabalho do que eu', diz Cunha sobre candidatura da filha

"Ela dará mais trabalho do que eu", diz Cunha sobre candidatura da filha

Preso, ex-deputado se diz perseguido e defende direito de Lula ser candidato

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 13:08

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Eduardo Cunha, a filha Danielle e a esposa Claudia. (Reprodução)

Uma carta do ex-deputado Eduardo Cunha, que cumpre pena no Complexo Médico Penal no Paraná, foi publicada no Facebook em apoio à filha Danielle Cunha, que se lançou candidata a deputada federal pelo MDB, mesmo partido do pai. Cunha diz que ela tem "notória desenvoltura política", é "muito mais preparada" do que ele e dará mais trabalho do que ele deu aos adversários.

"Sua desenvoltura política é notória: jovem, mulher, evangélica, empreendedora, capacitada, com um currículo que fala por si só; ela é muito mais preparada do que eu. Os meus adversários podem aguardar que ela dará mais trabalho do que eu dei e defenderá tudo o que eu defendi, do interesse da nação e do povo evangélico, como o combate ao aborto, além das suas próprias propostas que debaterá na campanha", diz o texto.

Cunha já foi condenado em suas ações penais. Suas penas, somadas, chegam a 39 anos e quatro meses de prisão e ele tem feito até mesmo cursos à distância, como o de mestre de obras, para reduzir o tempo que terá de cumprir na cadeia.

Cunha começa dizendo que o texto, batizado de "Carta à Nação", é seu posicionamento no cenário eleitoral, do qual não participa pela primeira vez nos últimos 20 anos. Diz que o MDB tem os melhores nomes para a Câmara, o Senado e que o candidato a presidente do partido é o mais preparado, sem citar o nome de Henrique Meirelles. "O nosso candidato a presidente é o mais preparado; numa eleição repleta de candidatos contumazes, que trocam de legenda, mas não trocam de ambição, e de candidatos sem a menor condição de governabilidade", afirma.

Ele diz a adversários que conseguirá reverter sua situação e voltará a participar do cenário político. Sobre a condenação, o ex-deputado afirma ser vítima de perseguição por ter sido o responsável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que retirou o PT do governo, e se compara ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao dizer que é "um troféu político da República de Curitiba".

Afirma ainda que, apesar de ser adversário do PT, acredita que "Lula tem direito de ser candidato" e quem "deve julgá-lo é a população".

"Lula deve ser cobrado e responder por sua irresponsabilidade de ter imposto ao país um poste sem luz, chamado Dilma Rousseff; que destruiu a economia e a política. O petista não deve ser eleito pelo custo que impôs ao povo com sua desastrada escolha, mas jamais impedido de disputar", diz.

Assim como Lula, Cunha diz que foi condenado sem provas e baseado em palavra de delator. "Existem outros casos semelhantes ao meu e querem transformar a prisão provisória em prisão perpétua", reclama, dizendo que o caso dele é de "total absolvição".

O ex-deputado diz que as prisões preventivas decretadas contra ele são ilegais e acusa as Cortes superiores de não julgarem seus recursos.

"No STJ, o Ministro Rogério Schietti não pauta os meus habeas corpus, embora tenha sido célere para soltar Joesley Batista. O ministro Edson Fachin, do STF, por sua vez, faz uma verdadeira obstrução da prestação do serviço jurisdicional, impedindo o julgamento de diversos habeas corpus, manobrando os processos para obter resultados que atendam ao seu desejo e ao desejo da organização política do Paraná, o seu estado."

Cunha diz ainda que os delatores "livres, ricos, soltos e sem provar nada daquilo que delataram, apenas seus próprios crimes".

O ex-deputado diz que a eleição não vai acabar com a crise e qualquer candidato que saia vitorioso terá dificuldade de governar porque "dependerá de um Congresso eleito totalmente desvinculado de suas propostas e compromissos". Na carta, ele defende o parlamentarismo e a obrigatoriedade dos partidos aderirem a um programa de governo.

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"Chegamos a um momento muito difícil. O Congresso será eleito no pior dos modelos políticos, com voto individual, financiamento público e sem qualquer compromisso com a governabilidade. O eleitor precisa estar atento que alguns dos candidatos a presidente, se eleito forem, correm o risco de não durarem um ano de governo.

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