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Educação e Cultura apontados como caminho para diminuir violência

Educação e Cultura apontados como caminho para diminuir violência

Áreas aparecem logo após a segurança pública entre as prioridades listadas por moradores do ES

Publicado em 8 de setembro de 2019 às 07:51

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Educação. (Divulgação)

Enquanto a segurança pública figura como a área que mais recebeu pedidos da população por políticas do governo em todo o Estado, as áreas de educação e cultura, esporte, lazer e turismo vêm na sequência como as mais demandadas, traduzindo um anseio das pessoas de que a solução para a insegurança sentida no Estado precisa passar também por investimentos sociais. Essa é a interpretação de especialistas e do governo.

Durante as audiências que colheram opiniões para o Orçamento de 2020, a área de educação recebeu 1.363 pedidos, e o principal desafio identificado a ser resolvido pelo Estado foi o de elevar a qualidade do ensino e diminuir a desigualdade na rede.

Com resultado muito próximo, os setores de cultura, turismo, esporte e lazer surpreenderam por ocupar a terceira posição, com 1.320 menções, à frente de áreas conhecidamente sensíveis, como saúde, infraestrutura e meio ambiente.

Por meio da participação nas audiências, foi possível auferir que aumentar a atratividade e a competitividade turística, cultural e esportiva está entre as principais preocupações do capixaba hoje.

Para o secretário de Estado de Planejamento, Álvaro Duboc, a grande demanda por educação e cultura traduz uma compreensão do capixaba de que essas áreas são indispensáveis para o Estado se desenvolver de forma equilibrada.

“Não nos surpreendeu o fato da área de segurança ter recebido o maior número de pedidos, pois a sensação negativa causada pela violência é geral, atinge todo o país e todos os segmentos sociais, não se restringe às grandes cidades ou áreas violentas. Mas vejo que as pessoas já entendem que isso só vai mudar se também investirmos no desenvolvimento das pessoas, em escolaridade, inovação, e discutindo as vocações locais, que podem gerar emprego e renda”, analisou.

PRIORIDADES

Um melhor aproveitamento do potencial turístico do Espírito Santo é uma questão que já vem sendo levantada há anos, como destaca o mestre em História e professor Rafael Simões. No entanto, é importante que a população tenha colocado o item entre suas prioridades, para que esta cobrança de fato produza mudanças para a área.

“Sempre convivemos com uma vizinhança de Estados muito poderosos nos atrativos turísticos, mas isso não pode ser impedimento. Uma melhora na cultura, lazer, esporte tem um apelo local, gera uma vida comunitária, envolvimento e pertencimento. O Estado precisa investir nesse desejo das pessoas”, comentou.

O doutor e professor do Mestrado de Segurança Pública da UVV Pablo Lira complementa que ao apoiar a atividade cultural é possível reduzir a evasão escolar que, por sua vez, está ligada à entrada de jovens para o crime. “Para curto e médio prazo, veremos resultados na segurança com ações integradas das polícias, uso da tecnologia, planejamento urbano. Mas a longo prazo, a única solução é investir em educação e cultura, no bem-estar das pessoas”, avaliou.

"VAMOS APOSTAR NA TECNOLOGIA"

Álvaro Duboc  - Secretário Estadual de Planejamento

Como o governo avaliou o fato de a segurança pública ser a área com mais demandas solicitadas?

É natural. A sensação de insegurança atinge todos os segmentos sociais e não se restringe mais às grandes cidades, também está no interior. Isso aparece em qualquer pesquisa de percepção social. Mas o Espírito Santo hoje se coloca para o Brasil como uma alternativa de quem implantou políticas públicas que deram certo, estamos há 11 anos diminuindo a violência letal.

O que o governo considera prioritário para conseguir mudar esta percepção da população?

Estamos retomando muitos investimentos que implantamos até 2014, mas que não tiveram continuidade. Hoje, temos novas tecnologias à disposição e vamos apostar nisso. É importante ampliar o cerco inteligente, para monitoramento, criar o Centro de Polícia Técnico-Científica. A boa perícia é fundamental para a resolução dos delitos. Também vamos construir um novo batalhão para a PM, pois o último foi implantado há 30 anos. Em outra frente, há os investimentos em educação, cultura e qualificação, que transformam a sociedade, reduzindo a violência.

Menos de 1% da população deu contribuições. Como estimular um maior envolvimento?

O número ainda é pequeno, mas muito superior aos últimos anos. Vamos trabalhar para uma maior mobilização. Quanto maior a participação da população na definição das prioridades, mais robusto fica o orçamento público, e tem mais identidade com o que a sociedade espera da gestão.

 

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