Publicado em 15 de maio de 2019 às 00:17
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e filho do presidente Jair Bolsonaro, defendeu nesta terça-feira (14) a posse de armas nucleares e disse que o Brasil seria levado "mais a sério" caso tivesse um "poder bélico maior.">
"É como o presidente Donald Trump fala: um grande governo começa com grandes Forças Armadas. Se tivéssemos os caças Gripen, o Prosub [Programa de Desenvolvimento de Submarinos] já finalizado, com os submarinos nucleares que têm autonomia muito maior dentro d'água; se tivéssemos um efetivo maior, um poder bélico maior, talvez fossemos levados mais a sério pelo [ditador da Venezuela, Nicolás] Maduro, ou temido quem sabe pela China ou pela Rússia", declarou o deputado, durante uma palestra a alunos do curso superior de Defesa da Escola Superior de Guerra, realizada na Câmara.>
Lembrando que o Brasil assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) durante o governo Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Bolsonaro disse que o país sofreria uma série de sanções caso optasse por "atropelar" o acordo internacional e desenvolver um programa para a construção de uma bomba atômica.>
"É um tema muito complicado, mas eu acredito que pode um dia voltar ao debate aqui, quem sabe resgatando as falas do deputado falecido Enéas Carneiro. São bombas nucleares que garantem a paz ali no Paquistão. Como seria a relação do Paquistão com a Índia se só um dos dois tivesse bom nuclear? Será que seria da mesma maneira do que hoje? Claro que não", disse.>
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"Eu sou entusiasta dessa visão. Pouco me importa, vão falar que eu sou agressivo ou que eu quero tocar fogo no mundo. Mas de fato, por que o mundo inteiro respeita os Estados Unidos? É o único país que têm condições de abrir duas frentes militares, duas guerras em qualquer lugar do mundo", acrescentou o parlamentar.>
"O terrorista, o criminoso, o ditador sanguinário só respeitam uma coisa: a força", concluiu.>
O ex-deputado Enéas Carneiro, morto em 2007, defendia que o Brasil desenvolvesse uma bomba atômica para que o país se impusesse diante da comunidade internacional.>
Na mesma palestra, Eduardo Bolsonaro disse que o "politicamente correto" lhe impede de falar algumas coisas sobre a crise na Venezuela.>
"O politicamente correto me impede de falar algumas coisas. Tenho que falar que está tudo muito bem, que nunca entraremos em guerra, que vocês podem ficar tranquilos. É uma ironia o que estou falando. Do lado de lá da fronteira tem um maluco, associado com terroristas e narcotráfico. A gente sabe que a qualquer momento, se isso daí evoluir para um quadro pior, que é o que ninguém deseja, quem vai entrar em ação são principalmente os senhores militares", afirmou.>
Apesar do tom das declarações, Eduardo Bolsonaro disse não estar "confabulando uma guerra".>
"Até porque não tenho poderes para isso", disse.>
De acordo com ele, caso "alguma situação desse gênero" aconteça, a resposta do Brasil será coordenada pelo Ministério da Defesa, hoje chefiado por Fernando Azevedo e Silva.>
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