> >
Dirigentes partidários negam irregularidades

Dirigentes partidários negam irregularidades

Políticos de siglas citadas afirmam que apoiam candidaturas de mulheres

Publicado em 1 de março de 2019 às 01:56

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Santinhos espalhados no chão durante votação. (Fábio Vicentini/Arquivo)

Contestados, os dirigentes dos partidos que foram alvo de reclamações e de acusações de candidatas negam irregularidades, como a utilização dos recursos de mulheres para outros fins. Eles reforçam que apoiam e incentivam candidaturas femininas.

Sandro Locutor, que preside o Pros no Estado, rebate as críticas de Rosana Figueredo, que diz ter sido usada como laranja para suprir a cota feminina. Segundo ele, o partido distribuiu o dinheiro conforme suas possibilidades.

"O partido fez vários seminários antes das eleições. Orientamos que todos seriam responsáveis por sua prestação de contas. A candidata queria dinheiro pra locar veículo, gasolina e outras coisas. Nós demos R$ 10 mil a ela por isso. Inclusive nos seminários, dissemos claramente que cada candidato precisaria ter um contador e um advogado. Ela gastou o dinheiro e depois queria mais, mas teve apenas 17 votos", justificou ele, que pontuou: "Nós não temos condições de bancar candidaturas, prestamos apenas um auxílio".

Candidato a deputado federal, Locutor usou R$ 403,6 mil disponibilizados a ele pela direção nacional do Pros.

Jaqueline Nonato, presidente do PMB, retirou a sigla da direção das duras acusações. O partido é acusado pela ex-candidata Mirian Regina de ter exigido de volta parte dos recursos que lhe foram doados. Jaqueline diz que todo o dinheiro veio do PTB, com quem o PMB coligou. "Não posso atribuir ao partido que nos ajudou nenhum tipo de incompetência ou irresponsabilidade. Infelizmente, não posso dizer o mesmo de alguns candidatos", criticou.

GRÁFICAS

Um dos membros da antiga direção do PTB, que pediu para não ser identificado por não responder pela sigla, afirma que as acusações não procedem e que o único problema foi o atraso na entrega de materiais de campanha, em função de atrasos nas documentações das candidatas. Segundo a fonte, houve uma deliberação da executiva do partido para que todos os candidatos, homens e mulheres, fizessem seus santinhos em uma mesma gráfica para baratear o custo. "Cada um pagou diretamente à gráfica a sua parte".

Confrontando a reclamação de Robertha Stefanon, que afirma ter feito mais santinhos casados com outros candidatos do que sozinha, o PSD, de Neucimar Fraga, pontua que a propaganda casada é legal. A ex-candidata também reclama das altas quantias que pagou em advogados. Quanto a isso, o partido argumenta que serviços de contabilidade e advocacia são exigidos pela lei.

O PRB afirma que utilizou critérios como histórico de participação das mulheres em comunidades ou no partido para definir quanto cada uma receberia. Reforça também que como todos os candidatos tiveram autonomia em suas campanhas, é a própria candidata Carla Xavier que deve explicar o porquê de distribuir santinhos na véspera da eleição. Defende, ainda, que "santinhos casados" são forma de atrelar a imagem de candidatos desconhecidos a de figuras políticas com mais peso.

Também procurado, o PP não deu retorno.

CACIQUES DIZEM SEGUIR A LEGISLAÇÃO

Caciques partidários citados por candidatas que se queixam do tratamento recebido das agremiações dizem seguir a lei e negam terem se beneficiado com recursos reservados às mulheres para campanha.

O deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) afirmou que a candidata a deputada federal Lenilda Silva (PSD), que só fez campanha em Barra de São Francisco, teve um bom resultado nas urnas. Ele diz que não teve vantagens por ela compartilhar o material gráfico com ele, já que ambos tiveram votações diferentes.

Enivaldo diz que a contratou para o gabinete em dezembro porque o PSD identificou Lenilda como quadro promissor. Ela foi exonerada ontem após conseguir um cargo na Ciretran de Barra de São Francisco, cidade onde pretende ser vereadora.

Este vídeo pode te interessar

Citado por Carla Xavier, que dividiu 50% dos seus santinhos com ele, o ex-vereador de Vitória Devanir Ferreira disse que ela tentou votos atrelando a imagem dela à dele, "pessoa pública e com bons trabalhos prestados ao povo capixaba".

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais