Publicado em 3 de maio de 2019 às 22:15
O desembargador Willian Silva, do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), negou pedido liminar em habeas corpus apresentado pelo vereador da Serra Nacib Haddad (PDT) para retornar ao cargo. A decisão é desta quinta-feira (02).>
Investigado por envolvimento em esquema de cartel de empresas de limpeza, o pedetista está afastado desde 15 de abril. Nacib é apontado pelo Ministério Público Estadual (MPES) como sócio de fato de uma das empresas suspeitas de fraudes na concorrência de contratos, a Braslimp.>
"Evidencia-se o risco de reiteração na prática de outras condutas ilícitas, pois, mesmo sendo vereador, continuou a atuar em prol da referida empresa, sendo em seu nome, inclusive, o endereço eletrônico desta, o que é vedado punido pela própria Câmara de Vereadores", frisou o desembargador na decisão.>
Com a decisão desfavorável, o vereador afastado permanece longe das atividades da Câmara. O afastamento foi aplicado pelo juiz André Guasti Motta, da 8ª Vara Criminal de Vitória, responsável pelo processo da chamada Operação Assepsia, do MPES.>
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Guasti afastou o vereador por "justo receio da utilização da função pública para a prática de infrações penais". O magistrado também determinou o bloqueio de até R$ 432,8 milhões em bens de Nacib e dos outros 13 acusados da fraude.>
Advogado do vereador, Helio Deivid Maldonado afirmou que as futuras providências da defesa serão analisadas com cautela. Há possibilidade de recurso ao TJES.>
DESCOBERTAS DOS INVESTIGADORES>
As investigações foram realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPES. O trabalho de apuração apontou que o vereador Nacib Haddad, apesar de formalmente afastado do comando da Braslimp, era o sócio de fato da empresa.>
A firma foi a vencedora de um dos quatro lotes do pregão eletrônico nº 37, lançado pela Secretaria Estadual de Educação (Sedu), em 2016, para contratar serviço de limpeza de escolas e unidades administrativas.>
Para o Gaeco, houve um acerto entre empresas concorrentes. As quatro vencedoras foram aquelas que já prestavam os serviços nas respectivas regiões por meio de contrato emergencial. O acerto, segundo a denúncia, envolveria contrapartidas em licitações semelhantes em prefeituras do Estado.>
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