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Atos antidemocráticos: radialista do ES está foragido há mais de um mês

Atos antidemocráticos: radialista do ES está foragido há mais de um mês

Em 15 de dezembro do ano passado, a PF realizou operação no ES, cumprindo decisão do ministro Alexandre de Moraes, para prender quatro pessoas, mas publicitário Max Pitangui conseguiu fugir

Publicado em 18 de janeiro de 2023 às 13:50

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Maxione Pitangui, empresário Max Pitangui
Maxione Pitangui, empresário Max Pitangui. (Divulgação)

O radialista e publicitário Maxcione Pitangui (PTB) — mais conhecido como Max Pitangui —, suspeito de promover atos antidemocráticos no Espírito Santo e ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), está há mais de um mês foragido. Ele é alvo de mandado de prisão do ministro Alexandre de Moraes, datado de 15 de dezembro do ano passado, mas ainda não foi localizado pelas forças de segurança.

Em ofício encaminhado a Moraes no início deste mês, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) fez um requerimento para que a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) adote esforços para localizar o “foragido Max Pitangui”.

Ao site g1, em 17 de dezembro do ano passado, o superintendente da Polícia Federal, Eugênio Ricas, confirmou que o radialista está foragido ao falar sobre o cumprimento da decisão do STF. "Foram cumpridos 23 mandados de busca (todos cumpridos). Dois mandados de colocação de tornozeleira, contra deputados (todos cumpridos). Quatro mandados de prisão (2 cumpridos). Um foragido [Max Pitangui]", falou Ricas.

O advogado de defesa de Pitangui, Gabriel Coimbra, que também foi citado na mesma decisão do ministro Alexandre de Moraes e alvo de busca e apreensão, não foi localizado para se manifestar.

Há informações de que o radialista teria fugido do Estado e se escondido no interior de Minas Gerais.

Megaoperação

Candidato a deputado estadual em 2022 e não eleito, Pitangui foi um dos alvos da megaoperação da Polícia Federal em oito estados, incluindo o Espírito Santo, e no Distrito Federal contra atos antidemocráticos, cumprindo mandados de prisão e de busca e apreensão.

No Estado foram presos o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos) e o proprietário do site Folha do ES, Jackson Rangel. No mesmo dia, os deputados Capitão Assumção (PL) e Carlos Von (DC) receberam tornozeleira eletrônica.

Dias depois também foi detido o pastor Fabiano de Oliveira, que se escondeu no acampamento bolsonarista instalado em frente ao 38º BI, na Prainha, em Vila Velha. Acabou sendo preso em operação da PF.

Prefeitura de Vila Velha limpa o Parque da Prainha e avalia estragos após saída de bolsonaristas
Prefeitura de Vila Velha limpa o Parque da Prainha e avalia estragos após saída de bolsonaristas. (Fernando Madeira)

Vídeos em redes sociais

No mesmo dia em que a Polícia Federal realizava as prisões e cumpria os mandados de prisão e de busca e apreensão, em 15 de dezembro do ano passado, Max gravou vídeo e compartilhou em suas redes sociais.

Nas imagens, ele afirma saber que estava sendo procurado. Pelo mandado de prisão, os suspeitos foram proibidos de usar suas redes sociais e de dar entrevistas, sob pena de R$ 30 mil em caso de descumprimento.

Motivos da prisão

As investigações do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) apontam Max Pitangui como uma das lideranças dos “movimentos criminosos e antidemocráticos que atacam o sistema eleitoral”.

“Indivíduo tem reiterada e continuamente se manifestado de forma abusiva, não só questionando (sem provas) a lisura do pleito eleitoral, mas também incitando a abolição do próprio Estado Democrático de Direito mediante intervenção militar e/ou tomada violenta de poder, representando verdadeira liderança dos movimentos antidemocráticos (assim reconhecidos pela e. Suprema Corte na ADPF 519) nesta unidade da federação”, diz o relatório do MPES.

Ofensas ao ministro do Supremo também são atribuídas a Max Pitangui. Em uma mensagem no Twitter, ele os chama de "bandidos de capa preta” e diz que, se o ex-deputado federal Roberto Jefferson tivesse “abrido fogo (sic)” contra o STF, “a maioria dos brasileiros estaria feliz da vida”.

Além dos pedidos de prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou busca e apreensão em um endereço relacionado a Max em Laranjeiras, na Serra, e em um veículo.

Também foi determinada a quebra de sigilo telefônico, dos arquivos armazenados na nuvem (inclusive registros de deslocamentos de Uber), conteúdos de contas de e-mail e o bloqueio das páginas de Facebook, Instagram, Twitter e Youtube relacionados a Max e ao movimento Soberanos da Pátria. Também deve ser bloqueado o canal de Telegram do Soberanos da Pátria.

O que diz o radialista

Max Pitangui (PTB), disse ao G1 ES em dezembro do ano passado, no dia da operação, que agentes federais estiveram na casa da mãe dele, no bairro Laranjeiras Velha, e na casa dele, em Lagoa de Carapebus, na Serra, na Grande Vitória, mas não o encontraram porque saiu cedo para caminhar. Max Pitangui disse que considera a ação equivocada.

"Essa ação é um erro. Nunca participei de atos antidemocráticos, sou contra fecharem a rua, para mim isso é uma bandidagem. Nunca fiz post influenciando ninguém. Já fiz sim, denúncias ao Conselho Nacional de Justiça e até a Polícia Federal contra a Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Espírito Santo, sobre nepotismo, altos salários e outras irregularidades. Essa é uma represália contra isso e não sobre atos que envolvam o candidato derrotado. Isso é um absurdo. A gente não pode se expressar no Brasil, não temos liberdade de imprensa e nem de expressão. Vou pedir exílio à Israel", disse Max.

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