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Pastor alvo de operação da PF é preso em acampamento em frente ao Exército no ES

Pastor alvo de operação da PF é preso em acampamento em frente ao Exército no ES

Religioso Fabiano Oliveira seguia em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, junto a manifestantes bolsonaristas

Publicado em 19 de dezembro de 2022 às 06:25

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Pastor Fabiano Oliveira em frente ao 38º BI, em Vila Velha, depois de ter prisão decretada pelo STF
Pastor Fabiano Oliveira em frente ao 38º BI, em Vila Velha, depois de ter prisão decretada pelo STF. (Reprodução/ Instagram)

O pastor Fabiano Oliveira foi preso na madrugada desta segunda-feira (19), em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, em Vila Velha, pela Polícia Federal. A informação foi confirmada pelo superintendente da PF no Espírito Santo, Eugênio Ricas, à reportagem de A Gazeta. 

"Ele foi preso pela Polícia Federal, sem resistência, encaminhado ao DML (Departamento Médico Legal) e entregue ao sistema prisional", informou Ricas. Por telefone, o superintendente explicou que a prisão ocorreu na madrugada desta segunda-feira. 

Às 9h38, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Fabiano Oliveira deu entrada no Centro de Detenção Provisória de Viana II.

Com a prisão do pastor Fabiano, apontado como líder do grupo Soberanos da Pátria, apenas o radialista e suplente de deputado estadual Maxcione Pitangui (PTB) está foragido, segundo Eugênio Ricas. 

Alvo de operação 

A prisão preventiva de Fabiano Oliveira  foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, por integrar milícias digitais e movimentos antidemocráticos no Espírito Santo. Mesmo publicando vídeos nas redes sociais mostrando o local exato onde estava — em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, em Vila Velha —, o pastor ainda não havia sido detido

O delegado Eugênio Ricas alegou, no sábado (17), que o mandado ainda não tinha sido cumprido porque não havia segurança para a ação em meio à multidão que se concentrava na frente do quartel.

"Nós estivemos lá, o advogado dele chegou a falar que ele ia se entregar, mas ele mudou de ideia na última hora. No meio da multidão não há segurança para efetuar a prisão (colocaria em risco ele, os policiais e os manifestantes). O STF foi informado dessa situação e nós estamos monitorando para o cumprimento no momento adequado", informou. 

O delegado também havia afirmado que o Ministério Público foi notificado a todo tempo sobre a situação e poderia acionar a Polícia Militar caso achasse conveniente. "Como somos polícia judiciária, não temos efetivo, nem equipamentos menos letais para atuar imediatamente numa situação como essa, sem gerar riscos para todos os envolvidos. Os mandados devem, e serão cumpridos, estamos planejando e avaliando o melhor momento para que inocentes não tenham sua integridade física ameaçada", finalizou Ricas.

Motivos da prisão 

As investigações do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) apontam o pastor Fabiano como uma das lideranças dos “movimentos criminosos e antidemocráticos que atacam o sistema eleitoral”.

Nas redes sociais, ele se identifica como líder de dois grupos de extrema-direita, o B22 e o Soberanos da Pátria. Além de participar de atos antidemocráticos, o MPES afirma ainda que o pastor faz ataques ao Supremo em postagens no Twitter.

Uma conta pessoal e outra do grupo Soberanos da Pátria aparecem agora como suspensas na plataforma. Max Pitangui, que foi candidato a deputado estadual pelo PTB em 2022, mas não se elegeu, também é apontado como liderança dos movimentos antidemocráticos no Espírito Santo.

Além dos pedidos de prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou busca e apreensão em um endereço relacionado a Max em Laranjeiras, na Serra, e em um veículo. Em Vila Velha, foi cumprido um mandado de busca e apreensão em um apartamento e em um veículo relacionados ao pastor Fabiano.

Também foi determinada a quebra de sigilo telefônico, dos arquivos armazenados na nuvem (inclusive registros de deslocamentos de Uber), conteúdos de contas de e-mail e o bloqueio das páginas de Facebook, Instagram, Twitter e YouTube relacionados a Fabiano, Max e ao grupo Soberanos da Pátria. Também deve ser bloqueado o canal de Telegram do Soberanos da Pátria.

Desde a última quinta-feira (15), A Gazeta tem buscado contato da defesa do pastor Fabiano Oliveira e de Max Pitangui, mas até o momento não houve sucesso. Caso entrem em contato, este texto será atualizado.

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