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Publicado em 12 de março de 2024 às 17:42
A Assembleia Legislativa do Espírito Santo aprovou por unanimidade, na tarde desta terça-feira (12), a proposta do governo do Estado que institui a política estadual de qualidade do ar. Com a iniciativa, a expectativa é reduzir a poluição, estabelecendo limites para a emissão de poluentes, como o popular "pó preto", na atmosfera. >
Conforme previsto no Projeto de Lei (PL) 1014/2023, "os padrões de qualidade do ar serão definidos em regulamentação própria, observando as melhores práticas nacionais, internacionais e as diretrizes mais atuais da Organização Mundial da Saúde (OMS).">
O projeto estabelece, ainda, que a gestão será realizada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Seama) e terá como meta o atendimento aos padrões de qualidade do ar. Para tanto, devem ser considerados os limites máximos de emissões vigentes e observadas as metas intermediárias definidas pelo plano estratégico (PEQAr) e estabelecidas em novo decreto para preservar a saúde pública e o meio ambiente.>
A proposta foi aprovada com apenas uma emenda, apresentada oralmente pelo deputado Fabrício Gandini (PSD), recomendando que o atual decreto (3463-R/2013) seja revisado em até 180 dias, garantindo sempre os avanços na política ambiental. Um projeto semelhante do parlamentar sobre a qualidade do ar, que já tinha sido colocado em apreciação na Assembleia, foi anexado ao do governo. >
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Embora o projeto não tenha estabelecido um novo limite máximo, o que vai ser feito por decreto, apresenta diretrizes de monitoramento, regras de licenciamento ambiental, entre outras normas. >
Os processos de licenciamento ambiental, por exemplo, devem abranger as emissões atmosféricas da atividade ou empreendimento, quando aplicável, bem como os impactos delas decorrentes. Há previsão de condicionantes ambientais, que, segundo a proposta aprovada, "devem ser tecnicamente justificadas para evitar, mitigar ou compensar os impactos identificados.">
Já para a rede de monitoramento está previsto que poderá ser integrada, ao mesmo tempo, por pontos de operados pelo órgão executor (Instituto Estadual de Meio Ambiente - Iema), pelos órgãos de controle e licenciamento ambiental ou ainda por operadores privados contratados mediante rateio de custos de operação entre os empreendedores, identificados como poluidores, ou potencialmente poluidores para um, ou um conjunto de parâmetros.>
Ao Iema também caberá a elaboração do inventário de emissões, cujos dados deverão ser divulgados anualmente, apresentando, entre outras informações, as fontes de poluição fixas e móveis, os poluentes e a distribuição geográfica das emissões. A intenção é que, com os indicadores, seja possível estabelecer as prioridades de controle e subsidiar a toma da de decisões relacionadas à gestão atmosférica, propondo medidas de compensação. >
Para avaliar o cumprimento das metas que serão definidas, o projeto aprovado estabelece que deverão ser utilizados pelo menos dois anos de dados monitorados, a contar da data de início de vigência de cada meta, não devendo ultrapassar a quatro anos de dados contínuos representativos.>
A aplicação desta lei, quando entrar em vigor, não vai eximir o responsável de reparar o dano ambiental. >
Após a votação na Assembleia, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em nota assinada pela presidente Cris Samorini, ressaltou que, com a aprovação da política de qualidade do ar, o Estado deu um importante passo. >
"O texto é de autoria do Executivo capixaba, mas contou com diferentes segmentos do poder público, do setor privado e da sociedade para a sua formulação. Trata-se de uma proposta construída democraticamente ao longo dos últimos anos, a partir de discussões técnicas e baseadas em dados e análises referenciadas não só no Brasil como no mundo", diz a nota.>
A Findes apontou que a nova legislação é moderna e estabelece as bases diretivas da gestão da qualidade do ar sobre todo o território capixaba, sempre observando a competência estadual e federal para a normatização.>
"Dessa forma, alia cuidado com o meio ambiente sem abrir mão do desenvolvimento socioeconômico sustentável, ou seja, oferece equilíbrio entre as medidas de controle e a competitividade do setor produtivo", avaliou a entidade.>
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