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Abstenção no ES foi a maior dos últimos 20 anos em eleições gerais

Abstenção no ES foi a maior dos últimos 20 anos em eleições gerais

Em contrapartida, neste ano, quem foi votar fez questão de escolher alguém, uma vez que o número de brancos e nulos caiu

Publicado em 4 de outubro de 2022 às 08:04

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Urnas eletrônicas que apresentam problemas estão sendo substituídas
Parcela da população capixaba nem saiu de casa para votar. (Abdias Pinheiro/ Secom/TSE)

A quantidade de capixabas que nem sequer saíram de casa para votar neste domingo (2) bateu recorde. A taxa de abstenção no Espírito Santo ficou em 20,79% e foi a maior em eleições gerais desde 2002, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso significa que um em cada cinco eleitores aptos não foi às urnas.

Considerando todas as eleições (gerais e municipais) desde o ano 2000, a abstenção deste ano só perde para a de 2020, quando foram escolhidos prefeitos e vereadores. Naquele ano a taxa ficou em 24%.

Abstenção no ES foi a maior dos últimos 20 anos em eleições gerais

Em contrapartida, neste ano, quem foi votar fez questão de escolher alguém. No pleito deste domingo (2), apenas 9% dos eleitores que compareceram votaram branco ou nulo, contra 13% em 2018, considerando a votação para governador do Estado, deputado estadual e federal.

Para senador, a quantidade de pessoas que votou em branco ou anulou o voto este ano foi de 15%, contra 38% nas últimas eleições gerais. É importante ressaltar, contudo, que as estatísticas mostram um aumento considerável no número de brancos e nulos em pleitos em que há duas vagas ao Senado sendo disputadas.

Contudo, mesmo considerando anos quando só há uma vaga em disputa, a taxa caiu, indo de 21% (2014) para 15%.

CADA VEZ MAIS ELEITORES NÃO QUEREM VOTAR

Como A Gazeta mostrou em agosto deste ano, a cada eleição aumenta o desinteresse do capixaba pelo voto.

Seja anulando o voto, votando em branco ou nem saindo de casa, os eleitores têm demonstrado uma apatia pelo processo eleitoral.

Para A Gazeta, o cientista político Rodrigo Prando apontou em agosto que, em vários países, a democracia atravessa uma crise. Ele avalia que democratas, partidos e instituições não estão preparados para ações coordenadas nas redes sociais, especialmente com a presença forte de fake news, teorias da conspiração e negacionismo.

O especialista aponta ainda que muitos candidatos e partidos, por estarem desconectados da realidade atual, não conseguem cativar o eleitor e fazê-lo comparecer às urnas. Nesse cenário, acaba vencendo a disputa quem tem menos rejeição, e não aquele que apresenta as melhores propostas.

O cientista político e professor da Universidade Católica de Pernambuco Antônio Lucena concorda. Ele acrescenta que o aumento no número de pessoas que optam por não comparecer ou não dar um voto válido é um mau sinal para a democracia.

“Se a pessoa opta por ficar em casa é um sintoma de que ela não acredita na democracia, não acha que o voto vai promover mudança e prefere se abster de votar.”

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